quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

As dores de estupidez

Lembrei-me de duas histórias e andei a procura delas por aqui e nem sei como é que não cá estão. Cá vão.

1) Estava eu linda e nua a tomar banho quando a minha querida mãe (espero que percebam que estou a ser irónica) se lembrou só porque sim de dar banho ao gato. Ah e tal ainda o embrulhou numa toalha a ver se ele não arranhava. Pois que o gato desfez a toalha e estando a minha mãe a agarra-lhe as patas, ele decidiu então subir por mim a cima com os dentes. Se isto vos parece doloroso eu posso confirmar que sim, um gato completamente desesperado a agarrar-se ao meu braço (felizmente foi só no braço) com os dentes doí. Dói tanto que o meu braço duplicou de tamanho, no dia a seguir (porque foi à noite) tive que ir ao centro de saúde fazer um curativo e tomar antibiótico. Só andei mais de uma semana com o braço inchado e dois dias com dores horríveis no braço que nem conseguia pensar.

2) Estava eu com uma otite, desesperada com dores. Chorava, esperneava, enfim, sofria. Novamente minha querida mãe (espero que novamente percebam que estou a ser irónica) lembrou-se de uma mezinha. Decidiu então colocar azeite quente para dentro do meu ouvido. Se isto parece doloroso também posso garantir que sim. Quando o pai deu conta refilou com a mãe e levou-me ao hospital. Quando na triagem a senhora percebeu que eu tinha algo no ouvido e o meu pai disse " ah foi a mãe que lhe pós azeite quente". A médica abriu muito os olhos e disse com um ar muito assustado "credo". Depois disso não me lembro muito bem do que aconteceu mas acho que me deram medicamentos para as dores.

p.s: às vezes fico surpreendida como é que ainda estou viva

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Coisas mesmo mal feitas

Quando foi ao centro de emprego ver das formações vi uma oportunidade de emprego, muito abaixo das minhas habilitações, e decidi candidatar-me. Se calhar é importante dizer que já não recebo nada do centro de emprego. A senhora do centro de emprego deu-me um papel com os contactos e disse que partia de mim a iniciativa de ligar para marcar a entrevista (até aqui tudo bem), reparei no papel que dizia se eu não fosse contratada deveria entregar o papel o mais brevemente possível se não poderia perder a minha inscrição. Fiquei surpreendida, então eu quero candidatar-me de livre e espontânea vontade, eu tenho que ligar para a empresa e mesmo se não for contratada posso perder a inscrição no centro de emprego. Até perguntei a senhora "Isto aplica-se a mim (que me estou a candidatar voluntariamente)?" Ela disse-me que sim. Ora então se eu ficar sentada o dia todo na cama continuo inscrita no centro de emprego mas se por acaso me quiser candidatar, além de ter que fazer o trabalho todo, depois por causa de um papel posso perder a inscrição. Realmente parece-me muito estranho e digo-vos que a vontade que tenho de me candidatar novamente a outros anúncios pelo centro de emprego é ZERO. 

domingo, 25 de janeiro de 2015

ah que saudades ..... ou não

Andava eu no primeiro ano de licenciatura e vi-me um bocado aflita com uma disciplina. Pois que basicamente eu não percebia nada daquilo, desesperada por soluções resolvi gravar-me a ler os diapositivos. Achei que se ouvisse aquilo vezes o suficiente eventualmente iria ficar na cabeça. Gravar aquilo foi uma comédia mais de 2h30 de gravação divididas por 3 ficheiros porque não consegui fazer aquilo de uma vez só. Hoje estava a ouvir música aleatoriamente e lá apareceu um dos ficheiros gravados. Eu a falar, um gato a miar e eu a tentar conter o riso. Hoje ouvi e ri-me novamente.


p.s: Só fiz a disciplina no terceiro ano por isso acho que a técnica não resultou muito. 

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Avós criados trabalhos dobrados

Uma das coisas que me preocupa atualmente são os meus avós maternos. A minha avó foi educada para ser aquele tipo de mulher que faz o que o homem diz e não tem opinião. O meu avô já tem mais de 80 anos e apesar de estar muito bem para a idade dele só faz disparates. Compra toda a porcaria que aparece na televisão e até aqui não me chateia muito porque o dinheiro é dele, ele faz com ele o que bem entender. Ás vezes queixa-se que aquilo não funciona ou não faz nada mas é uma coisa simples de resolver manda-se para o lixo e por norma se ele não gosta não compra mais. Agora com a volta das vendas porta a porta é que tem preocupado bastante. O meu avô compra tudo, mesmo tudo e se quando são coisas materiais nós (eu e o meus pais) não nos preocupamos muito, já quando se trata de serviços é uma confusão do caraças. Os meus avós vivem em Lisboa e devem ter o perfil ideal para qualquer vendedor. Vejam bem que homem gosta tanto de comprar que já tinha dois contratos de luz e gás e um deles nem se lembra de o ter assinado. Isto é uma confusão, nós estamos longe e apesar da minha mãe lá ir todas as semanas não conseguimos "fiscalizar" tudo o que ele faz. Agora digam o que devemos fazer? Já lhe disse para não abrir a porta a desconhecidos, já lhe disse para não assinar nada mas ele não liga. Já pensamos em lá por uma pessoa mas a fazer o quê? Como é que explicamos que estamos a por uma pessoa só para garantir que eles não fazem disparates é que mesmo que sugeríssemos alguém para fazer a lida da casa iriam ficar ofendidos. Não querem vir para cá morar, aliás cada vez vêm cá menos vezes. O resto da família não quer saber. A minha mãe não pode lá estar 24h por dia e eu que sou a que neste momento tem mais tempo disponível tenho a minha vida cá. Vou lá com mais frequência mas se aquilo que digo ao meu avô entra a 100 e sai a 200 só faz com que me enerve porque ele não quer ouvir, não faz o que a gente diz, a minha avó está ali de corpo presente e depois eu é que tenho que resolver os problemas. Digam-me o que é que eu faço?

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Pagar para trabalhar

Quando enviei um documento para a conferência sabia que se fosse aceite teria de pagar e não pensei duas vezes em tentar a minha sorte. Quando recebi o mail de confirmação de aceitação para comunicação oral toda eu era felicidade. Quando o meu pai disse a minha mãe "Olha a Sra. Engenheira vai a uma conferência" a primeira coisa que a minha mãe me perguntou foi "Então e vão-te pagar??" disse-lhe que não alías eu é que tinha que pagar a inscrição, o transporte e o alojamento (aproximadamente 200€) se necessário. Ela argumentou "Então porque vais? Tens o trabalho e ainda tens de pagar?"

Quando me falaram das conferências percebi logo que se pagava, às vezes muito, e encaixei essa informação sem grandes problemas. Agora quando a minha mãe levantou a questão fiquei um pouco perdida. É verdade que eu é que vou trabalhar e percebendo que sou um formiga no meio de gente importante não faria sentido receber um "caché" pela minha participação mas não sei até que ponto faz sentido ter tantos custos. É verdade que a inscrição dá-me direito aos materiais da conferência, almoços e coffe breacks mas pensando bem no assunto estas coisas deveriam ser oferecidas aos oradores? já basta pagar o transporte e o alojamento. O meu pai diz que é currículo e que vou fazer contactos importantes. Eu já tinha pensado nisso que efetivamente seria bom a nível de contactos e sinceramente fiquei tão contente de o primeiro documento que envio para alguma coisa ser aceite para comunicação oral que não me passou pela cabeça recusar esta oportunidade. Vocês pagariam ou desistiam?

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Infelizmente feliz

Ontem à noite quando cheguei a casa dei conta de uma mensagem de um dos meus melhores amigos. Uma mensagem linda que dizia uma coisa horrível. Anunciava a morte do pai dele. Li a mensagem mais 20 vezes a pensar no que responder. Todas as minhas palavras foram pensadas e repensadas. O que se diz a alguém que perde o pai? O meu coração ficou apertadinho por saber a dor de um amigo.

Hoje de manhã tinha no mail uma boa noticia. Um abstrat que fiz,sobre a minha tese, para uma conferência foi aceite para comunicação oral. A primeira vez que submeto um documento ele é aceite, sem comentários de revisão para uma comunicação oral. Fiquei verdadeiramente feliz.

Mas como posso estar feliz a saber que um grande amigo está a passar por um dos piores momentos da vida dele?

Bem é complicado, sinto-me feliz pelo meu trabalho, sinto-me orgulhosa da minha conquista mas sinto-me triste pelo meu amigo, sinto-me perdida no que dizer e no que fazer só quero que ele esteja o mais tranquilo e confortável possível. Sinto um bocado de culpa de estar feliz.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Vamos lá ver se a gente se entende

Ontem fui ao centro de emprego saber de formações, recuso-me a fazer mais formações a pagar do meu bolso. Quando fui atendida a senhora disse-me com um ar muito arrogante "Então milka, você com um mestrado o que acha que nós lhe podemos ensinar??"

Vamos lá ver uma coisa, eu tenho UM mestrado não tenho 30 e mesmo que se tivesse 30 ainda existiriam milhões de coisas para eu aprender. Faz-me imensa confusão que as pessoas achem que só porque eu tenho um mestrado já não tenho mais nada para aprender. Disse-lhe para me mostrar as formações que tinha e digo-vos que de todas elas a única que eu tenho alguns conhecimentos era a de inglês de resto nada.

E agora vamos lá ver outra coisa lá porque eu tenho um mestrado em X não significa que eu não tenha capacidades de fazer Y. Bem lixada estou se só poder fazer coisas no ramo do mestrado. É que dá-me a parecer que quanto mais a pessoa se especializa menos oportunidades de trabalho tem. Então se eu tenho um mestrado, por exemplo em psicologia, acho que tenho competências para ser secretária ou ajudante de cozinha ou auxiliar educativa. Existem imensas coisas para quais acho que tenho habilitações. Se pedem no mínimo o 9º ano e eu tenho o mestrado quer dizer que também tenho o 9º né.

Espero que estejamos entendidos

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Pensamento positivo em relação ao frio

Caso não tenham reparado, tem estado um frio do catano. Eu decidida a ter apenas pensamentos positivos e estando eu a sofrer com o frio, pus me a pensar. Se tenho frio, tremo (e bastante). Se tremo, os músculos contraem-se. Se os músculos contraem estou a fazer exercício. Logo se está frio estou a fazer exercício.

E digo-vos que quando está mais frio fico com dor nos abdominais de tanto tremer.

domingo, 11 de janeiro de 2015

5 anos de blogue

Decidi criar um blog porque sempre gostei de escrever e comecei a sentir necessidade de feedback. Não tinha grandes expectativas mas este mundo surpreendeu-me. Acho que um dos primeiros blogues que segui foi o da Belota com as peripécias e conselhos para os homens depois ela encontrou o amor e desapareceu um pouco daqui. Outro que comecei a seguir logo foi a Cueca e acompanhei o seu casamento e os desafios das 6as feiras. A como sempre em apuros que comecei a segui-la na altura dos preparativos do casamento e acompanhei a sua gravidez, hoje ela está só para alguns e já não sei nada dela. Depois veio a Palmier com os seus textos cómicos e sátiras sobre o mundo dos blogues, na maior parte das vezes não sei de quem ela está a falar. Claro que não me posso esquecer do excelentíssimo Tio Pipoco uma das mais altas referências neste mundo dos blogues. Eu muito abaixo do seu nível limito-me a lê-lo não me parece que tenha nível para mais. Depois temos a Jovem Sonhadora  com alguns pontos em comum comigo, entrou para um estágio profissional um mês antes de eu entrar no meu. Infelizmente não teve a mesma sorte que eu e desde aí desapareceu um pouco deste mundo. Mais recentemente apareceu a D. que caiu de para-quedas aqui no meu blogue e por razões inexplicáveis continuou a vir. Estes 5 anos foram muito surpreendentes, já me fascinei muito com este mundo, cresci muito aqui. Ajudou-me a escrever melhor, se forem ler os primeiros textos irão certamente ver a diferença. Fez-me ver que eu não sou assim tão diferente e que há mais iguais a mim e mesmo que fosse diferente não fazia mal porque afinal todos iguais era aborrecido. Considero-me um verdadeiro desastre neste mundo, ao fim de 5 anos conquistei apenas 8 seguidores e a média das visualizações é entre 6/10 diárias mas a verdade é que gosto assim também não me esforço para mais. Quero agradecer a todos (desculpem os que não mencionei) por tudo aquilo que me apresentaram e que venham mais 5. 

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Murro no peito

Depois de um susto que foi altamente exponenciado pelos meus maus pensamentos soube ontem que uma pessoa, que é recente na minha vida mas, que me tem dado imenso carinho e força tem cancro de mama. Hoje estive com ela e apesar de saber que é um poço de força, digo-vos que fiquei profundamente desiludida com os meus maus pensamentos. Ela estava a falar das 3 biopsias que fez ontem, de como foi todo o processo (3 semanas por isso muito rápido) desde que o descobriu até estar praticamente pronta para fazer quimioterapia, ela estava a falar de todo um processo horrível de carradas de exames como se estivesse a falar de uma unha encravada. Só me dizia "Olha Milka isto apareceu à minha porta e eu não o posso entregar a ninguém. Os meus filhos precisam de comer por isso tenho continuar a viver" e uma frase que me ficou "Se isto se alimenta de tristeza e de maus pensamentos, não sou eu que lhe vou dar de comer." Passou a tarde a receber telefonas de familiares sempre que desligava dizia "olha-me isto, quer dizer que é que estou doente e eu é que tenho que dar força às pessoas. Em vez de me animarem tão com aquela voz de enterro só a dizer coitadinha".

Eu já sabia que a força do pensamento muda muito à nossa vida, vi isso na minha. Mas fico completamente embasbacada como é que alguém consegue estar "tão" bem ao saber que tem cancro da mama. É aparência dizem vocês. Até pode ser mas se fosse eu iria aparentar uma mulher destruída. Ela disse mesmo que "é claro que é horrível, é claro que já me fartei de chorar, é claro que pensas nas coisas que podem acontecer e na volta tão brusca que a tua vida deu mas isso adianta-me de quê? eu tenho é que pensar em ficar boa, em fazer tudo o possível para melhorar, ficar a chorar no que já aconteceu não vai mudar nada."

A mim resta-me desejar-lhe imensa sorte e retirar disto tudo uma enorme lição de força.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

De máquinas a sucata

Pai comprou uma nova máquina de lavar roupa, ontem quando vieram cá entrega-la o Sr. perguntou-me se a velha estava avariada e eu disse que não apenas já era muito velha e que demorava imenso a meter água. Quando levavam a velha embora eu disse-lhes para aproveitarem as peças. É então que o Sr. me diz:" Senhora, isto chega lá e metem numa prensa e é vendido depois ao peso, isto para eles é sucata." Eu fiquei muito surpreendida pensei que rendesse mais eles venderam as peças em vez de ao peso e acho que em termos ambientais  faz muito mais sentido que se aproveite as coisas mesmo que não na sua totalidade do que simplesmente deitar fora. O Sr. disse-me então:" Se quiser eu deixo nos bombeiros, eles lá dão a quem precisa e se não funcionar aproveitam as peças mas neste caso a senhora tem que dizer que não levamos a máquina". Isto significa uma coisa muito simples a empresa não aproveita mas também não permite que eles a transportem para alguém que a possa aproveitar. Eu, bem eu assinei que eles não levaram a máquina e acreditei no Sr. que me disse que a levaria para os bombeiros. 

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Sou capaz de ter um problema

Cada vez mais noto que as pessoas à minha volta falam, muitas vezes indirectamente, sobre sexo. Eu não acho mal falar-se nisso mas ou falam a sério ou não falam. Agora aquelas indiretas do entra e saí e do húmido e não sei mais o quê, enjoam. Pelo menos a mim. Já me apercebi que as pessoas pensam imensas vezes em sexo e verbalizam isso as vezes de maneiras muito parvas (digo eu que as vezes demoro mais de 5 minutos para perceber que o trocadinho tem a ver com sexo). Eu se pensar em sexo uma vez por dia acho que é muito e às vezes penso porque alguém diz alguma frase parva tipo " quem quer peixe, peixe acha". Posto isto resta-me pensar que esta gente tem mau sexo ou que eu tenho um problema.


sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

2014 foi assim

Fui ver o que pedi como já faz parte da tradição.

Voltei ao ginásio; tive 16 no mestrado (deixo para vocês o julgamento se é boa nota ou não); fiz um bom trabalho de dissertação (e isto não está aberto a julgamento); não viajei (outra vez); não arranjei trabalho depois do estágio; tornei-me voluntária; fui mais positiva e confiante; saúde ok; infelizmente morreu a  Diana e um cão que tinha com o meu namorado; as coisas com o namorado tiveram fases; não me diverti muito; sobrevivi. Ou seja de 12 não se realizaram 3 e 1/2 (porque não me diverti muito), acho que não é nada mau.

2014 foi um ano que me fartei de trabalhar, mesmo estando desempregada fartei-me mesmo de trabalhar. Se não era no estágio, era no mestrado. Se não era no mestrado era nos outros 4 cursos que fiz (estou a fazer 2). Se não era nos 4 cursos era em casa ou no voluntariado. Basicamente não parei e ADOREI. Adoro sentir-me útil, é verdade que houve alturas que estava completamente stressada e subterrada de informação mas foi um ano de muita aprendizagem. Talvez por isso sinta que foi um dos anos que passou mais rápido. Em termos de emoções foi um ano calmo não houve grandes tristezas nem grandes alegrias. Foi definitivamente o ano (até agora) que mais pessoas me elogiaram e também um ano de muita aparição pública desde espectáculos de dança até discursos em seminários. Foi um ano que me desafiei muito, que fiz coisas que jamais achei que iria conseguir fazer e por isso estou muito orgulhosa.