domingo, 18 de setembro de 2016

Walking Drep

Há menos de 7 anos eu, influenciada pela minha mãe, gozava com as pessoas com depressão. "Eu não tenho tempo para andar deprimida"..."Parece que é moda tomar anti-depressivos", eram coisas que podiam ouvir de mim e da minha mãe. Achava que a depressão era uma mariquice de pessoas que se sentiam tristes, uma desculpa para quem não queria trabalhar. Pouco tempo depois vi a minha sogra com uma depressão enorme, já lá estava mas eu ainda não tinha visto. Fez-me confusão, não percebia porque ela chorava tanto e não reagia, porque ela não se queria levantar nem comer. A minha ideia da depressão ficou baralhada, já não sabia bem o que pensar. Muito pouco tempo depois foi o meu namorado, graças a um problema de saúde mergulhou numa depressão imensa que só piorava o seu problema de saúde. Foram meses difíceis em que não sabia se devia refilar por ele não fazer nada ou apoiar a sua dor. Aqui percebi o poder destrutivo da depressão e o efeito que ela tinha, ganhei-lhe respeito. Depois de meses escuros o meu namorado recuperou, pensei que a depressão tinha passado. Se a dele tinha passado a da mãe dele também podia passar. Apesar de sentir que de vez em quando ele estava mais triste, estava confiante que tinha passado mas ela voltou tão destrutiva como da primeira vez, teimosa a dizer daqui não saio, daqui ninguém me tira. Comecei a ler sobe o assunto e consciencializei que quem tem dificilmente deixa de ter. Desde que o meu avô teve o AVC que a minha mãe entrou na depressão, vi os sinais e disse-lhe o que estava a acontecer mas ela não acreditava...ela estava sempre a gozar com isso não podia ter sido apanhada na rede. Emagreceu quase 10kilos, não dormia e o médico disse-lhe que tinha uma depressão. -15kilos e quase um ano depois a minha mãe está no fundo do poço...tal e qual as pessoas com que gozávamos. Eu ainda estou a aprender sobre a depressão e daquilo que vou sabendo gosto cada vez menos dela. Alías agora tenho medo, tenho todos os requisitos para uma depressão, sou pessimista, tenho baixa auto-estima e problemas de sociabilidade e estou rodeada de pessoas deprimidas. Ás vezes sinto-me enclausurada pela depressão como se estivesse por todo lado e eu não tivesse por onde fugir.....

Acredito que a par da obesidade a depressão é a doença do século XXI. As pessoas com depressão por vezes parecem zombies alimentados a ansióliticos que se arrastam pela sua vida.Não a compreendo mas já a reconheço muito bem e sei o faz, sei o poder devastador que têm e sei que não tem cura. Costumo dizer que é como o herpes, assim que o apanhamos nunca nós livramos dele mas as vezes é visível e outras vezes não mas está sempre lá como uma doença oportunista que espera para atacar quando estamos mais fracos.



sábado, 10 de setembro de 2016

Sair de casa...#9

Existem poucas pessoas que sabem que vou mudar de casa, pensando bem no assunto só a minha família, namorado e a minha melhor amiga é que sabem. Isto porque não sei muito bem explicar as pessoas porque vou viver sozinha.

A minha família acha que o meu namorado se muda para lá brevemente.

O meu namorado acha que me vou sentir sozinha. Penso que terá um leve gosto em dizer-me "eu bem te avisei"

A minha melhor amiga acha que fiz muito bem e que se ele não se mudar quem perde é ele.

Eu acho que me vou sentir sozinha algumas vezes, acho que ele não vai morar comigo brevemente e sofro mais com a desilusão que a minha família vai ter do que propriamente com o facto de ele não ir.

escrito em: 04/03/2016



up date:


Não me sinto sozinha, sinto-me livre e independente e sabe tão bem...Ele passa mais tempo cá do que julguei e depois de lhe ter passado o choque de "ela vai mesmo mudar-se" mostrou-se orgulhoso de mim e de ter conseguido fazê-lo sozinha. A minha família já nem pergunta por ele e a minha melhor amiga sabe que estou bem e isso é que importa

terça-feira, 6 de setembro de 2016

A melhor maneira de conhecer os vizinhos....

É mandar um tralho enorme antes das 8:30 e acordar meio prédio com o barulho de vocês a irem pelas escadas abaixo.

ps. au...au..au...aí que doí tanto