domingo, 9 de outubro de 2022

Vender o básico

 Com o aumento dos preços e dos juros, eu como maioria das pessoas senti que devia fazer algo para que a continuasse a continuar poupar dinheiro para amortizar o empréstimo da casa. Fui ao youtube procurar umas dicas e apanhei um canal português a dar umas aulas sobre poupança, como era português decidi ouvir. 1h depois fiquei wtf...então mas estão a ensinar o 1+1=2, o pior é que muita gente parecia não saber que 1+1=2. metade do tempo do video é publicidade a um curso que vão começar para ajudar o pessoal. Falam em alguns ficheiros introdutórios que até fazem parte da parte inical do curso. Fico intrigada, não estão a dizer nada de novo (para mim) e querem vender um curso com isso. Consigo arranjar o ficheiro que falam tanto e é tão básico mas tão básico que fico com vergonha alheia, será possível que aquelas pessoas que estão ali não sabem mesmo aquilo. Atenção já nem estou chocada por alguém tentar vender uma cena tão básica que toda a gente consegue fazer, se existe mercado a que aproveitar. Mas estou chocada com tanta gente que não sabe que 1+1=2. Talvez por isso é que o país está como está. 

domingo, 31 de outubro de 2021

Mudar de Casa #T3 Ep 1

 Com o avançar da relação com o meu namorado e as coisas a correrem bem, percebemos que devíamos morar juntos e hoje em dia já passo mais tempo na casa dele do que na minha. Decidimos fazer a coisa lentamente e neste momento eu ainda mantenho a minha casa (porque tenho medo que as coisas não corram bem; porque estou farta de mudar de casa; porque estou mais farta ainda de mudar de morada; porque tenho medo de ter chatices com a casa a alugar, etc...)

Nos primeiros 3 meses deste ano tirei 6 móveis de minha casa. Cada vez que vou a casa há sempre algo que saí (para a casa dos meus pais, para vir para a casa do namorado ou para a arrecadação). Neste momento a minha casa, não parece muito uma casa, tem pouquíssimas coisas. Por norma não fico lá mais de uma semana e consigo viver lá durante esse tempo mas já com alguma criatividade. No meio disto também se mete o minimalismo, não quero trazer coisas para a casa do meu namorado só porque sim, vou trazendo à medida que faz falta. A minha arrecadação (que vou manter) é uma espécie de armazém de stock. 

Não queria deixar muita coisa para alugar a casa, sei que provavelmente vão desaparecer e há umas quantas coisas que tenho mesmo pena de deixar mas não tenho onde por (tipo a cama). Já comecei a pesquisar a burocracia do aluguer mas ainda não estipulamos uma data para por a casa a alugar. Já sei que em principio será rápido e por isso não vale a pena por já se ainda não estamos preparados. Ainda não disse aos meus pais, embora eles já tenham percebido visto que volta e meia vão a minha casa ver se está tudo bem e já se aperceberam da mobília a desaparecer.

Ainda falo na casa do meu namorado (se ainda não tinham reparado), não falo na nossa casa. Apesar de sentir cada vez mais que é também minha...ainda não é. Não foi propriamente uma decisão ser eu a mudar-me, apesar da minha casa ser mais perto dos nossos trabalhos, a casa dele sempre foi melhor e num sitio que me agrada mais. A casa dele fica a 45 minutos dos pais...à mesma distância que estava no mundo antigo ( o que gera algum descontentamento à minha mãe; agora que estava mais perto dela vou outra vez para longe) e fica a 1h do trabalho mas também desde da pandemia que vou lá tão esporadicamente que não faz diferença. A casa dele fica noutro distrito, o meu 3º distrito. 

Se não fosse a alteração de morada acho que a coisa já se tinha dado mas é realmente algo que me mexe no sistema porque dá imenso trabalho ter que mudar as moradas em todos os documentos e depois no banco, no centro de saúde, no seguro e em todas as porras que me mandam mails mas que precisam da minha morada não sei bem para quê. 

Prefiro de mudanças assim, lentas e progressivas....seguras. Em que vou vendo o que me faz falta e coloco na arrecadação o que não quero deitar fora mas neste momento não preciso. Em que tenho tempo para me despedir das coisas. Em que quando já noto que estamos cansados um do outro, vou uns dias para minha casa...espairecer. Em que existem várias opções e tempo para pensar nelas.

domingo, 17 de janeiro de 2021

2020- O ano de deixar

 O ano de 2020 foi um ano muito diferente para todos e trouxe uma nova realidade para o mundo. Todos nós de uma maneira ou de outra tivemos de fazer alterações na nossa vida. Para mim foi o ano de deixar. 

Deixei a ginástica

Deixei a música

Deixei a minha primeira casa de solteira onde já vivia há 4 anos

Deixei o Distrito que vivi nos últimos 16 anos e onde estão os meus melhores amigos

Deixei de conduzir 2horas por dia 

Deixei de estar sem namorado

Deixei de usar gás natural em casa

Deixei de preparar marmitas

Deixei de preparar a roupa para o dia a seguir

Deixei de pensar tão mal de mim

Deixei de me chatear com tanta facilidade ( e eu sempre fui conhecida por ter um grande nível de paciência)

Nem todo o que deixei foi mau e algumas coisas tenciono voltar e outras poderão voltar. Ter deixado tanta coisa deu-me mais tempo para descansar e para me focar naquilo que quero para mim.

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Coisas do mundo novo #3

 O lixo

Epa, sério. Não há um santo dia que eu olhe para seja onde for e esteja lixo. Sim vivem muito mais pessoas, é normal existir mais lixo mas não assim. Eu sei que venho mal habituada e tal mas as pessoas não deviam usar a rua como depósito. É uma questão de respeito, não só pelo ambiente mas pelos outros. A rua onde moro é sem saída, existem uns 5 contentores mais ecoponto à entrada da rua e mais uns 3 contentores mais ecoponto na ponta da rua e posso garantir-vos que estão sempre cheios. Não há um dia que não olhe pela janela e não veja lixo fora do lixo porque os contentores já estão cheios. Não me parece ser falta de contentores nem pouco o serviço da câmara. Parece-me sim que o pessoal não quer saber do que produz, que não tem cuidado em reduzir. Fomos inundados com a reciclagem e esqueceram-se da redução. Eu já voltei para casa com lixo porque os contentores estavam cheios mas sei que é muito raro alguém fazer o mesmo. Não se esqueçam que podem mandar o lixo para a rua mas a Rua é a única casa que têem. 

domingo, 27 de dezembro de 2020

A nova relação

Conheci o meu actual namorado numa aplicação de encontros (e não foi o tinder). Tive na aplicação cerca de duas semanas antes de começar a falar com ele e ele foi o primeiro que a conversa avançou para um encontro. As minhas expectativas eram muito baixas, muito sinceramente tinha tanto medo que ele não fosse nada do que dizia, que fosse um ladrão ou um tarado. O primeiro encontro foi simples e deu para me descansar. Era uma pessoa "normal", aliás mais normal que eu mas eu avisei-o. Tínhamos os dois o mesmo objetivo, conhecer alguém sem pressões. Não morávamos propriamente perto um do outro por isso os encontros eram semanais. A coisa foi sempre descontraída e foi fluindo. Não sei bem quando me apercebi que estava apaixonada por ele mas foi antes da quarentena. Na quarentena não podemos estar juntos e isso levou a um ligeiro afastamento mas foi rapidamente recuperado quando as medidas foram reduzidas. Lembro-me bem quando ele disse pela primeira vez amo-te. Estava inquieto como se algo o incomodasse, esteve assim umas horas até dizer e relaxar. Quando comecei a procurar casa, ele falou na possibilidade de morarmos juntos. Senhores, não acredito que não se façam comparações com relações antigas. Quando ele falou em morarmos juntos quase que entrei em choque. Caraças andei eu tantos anos a tentar morar com o meu ex e de repente em menos de um ano este fala em morarmos juntos. Tive medo, achei que nos faltava muitos passos antes. Precisávamos de mais experiencias a dois antes de tomar essa decisão e por isso comprei a casa na mesma mas já na perspetiva de a poder alugar. Ainda não moramos juntos mas passamos cada vez mais tempo juntos. Já estamos juntos há mais de um ano, é simples e descontraído. Não é perfeito nem nada que se pareça mas é bom.

sábado, 19 de dezembro de 2020

Carta ao Irmão que não tenho

 Olá Mano, (sei que seria um rapaz)

Quero que saibas que pedi muito por ti, durante uns anos mas depois achei que já não era altura de vires. Não é que não te quisesse ao meu lado, porque queria. Queria muito alguém com partilhar tudo, para me ensinar, ajudar, brigar e amar. Mas a certo ponto as coisas eram tão confusas que achei que se viesses não ia ser justo para ti, ias parar numa família de loucos (quem não tem, que atire a primeira pedra) então achei que era melhor para ti não vires. Não quero ser egoísta mas hoje em dia queria muito que tivesses aqui, no meio da família louca. Sim, somos malucos mas íamos adorar-te e ias ser maluco também. Ias adorar animais como eu, ias brincar aos aviões com o pai e ouvir os disparates da mãe. Ias ser mais rebelde mas mais corajoso, eu ia proteger-te de tudo mas também dar-te na cabeça muitas vezes. Provavelmente ias ter mais amigos e por arrasto eu conheceria mais pessoas. Acho que não ias adorar o fim do mundo como eu, mas o fim do mundo contigo teria sido muito menos solitário. Não ias ter muitas namoradas, ias encontrar rápido aquela rapariga que eu iria avaliar. Desde que tivesses feliz seria o suficiente para mim. Terias saído do fim do mundo mais rápido que eu, provavelmente logo na faculdade/força área (sim por causa dos aviões). Ias ajudar-me a ter mais confiança em mim e a ser menos solitária. Como encontravas o teu amor mais rápido, eu já seria tia nesta altura e ia mimar os teus filhos até ser irritante. Ias estar ao meu lado quando os nossos país precisassem de ajuda e nunca me deixarias sozinha. 

Quero que saibas que penso em ti muitas vezes e adorava ter-te ao meu lado. Por mais louca que seja a nossa família ias sempre poder contar connosco.

Amo-te,´

Mana mais velha

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Coisas do mundo novo #2

 Música aos berros. Senhores, eu respeito o vosso gosto musical mas maioria das vezes não partilho o mesmo gosto. Já é mau aos domingos a tarde que não podemos sair que casa e alguém decide ser o DJ da rua mas durante a semana é que não pode ser, o pessoal agora está em tele-trabalho. Não é porreiro estar a ter uma reunião por skype e ouvir-se a música foleira que alguém colocou aos berros. Querem ouvir música alta usem uns fones

domingo, 6 de dezembro de 2020

Maior consciência

 Desde pequena que me lembro de fazer reciclagem em casa, mesmo antes de aprender na escola primária. Depois veio a minha furretice ao de cima que me impediu de fazer grandes gastos disparatados. Comprar roupa foi muitas vezes uma tortura, achava (porque já não me lembro da última vez que comprei roupa) que as roupas eram demasiado caras e ainda por cima muito provavelmente tinham sido feitas por uma criancinha desfomeada do outro lado do mundo. No meio disto veio a consciência alimentar ( e não vi o cowspiracy) e passei a comer menos carne. Mais tarde, talvez há 10 anos, veio a parte da tralha. De ver a casa dos meus avós atafulhada, comecei a destralhar o meu quarto. Quando fui morar sozinha, mais uma vez a forretice e também já alguma consciência que não precisamos de muito, comprei pouquíssimas coisas para a casa e volta e meia dava uma volta a casa e colocava coisas para dar. Também comecei a ter mais atenção ao que comprava, se precisava mesmo, se não tinha ninguém (as minhas avós) que tivessem a mais...basicamente arranjar o que precisava sem ter de comprar. Decidi que quando uma embalagem de algo terminasse, tentava viver sem ela para perceber se 1:eftivamente me fazia falta, 2: se não arranjo uma alternativa com as coisas que ainda tenho. Quando me mudei recentemente, foi um grande momento de limpeza e mesmo assim nas semanas a seguir já na casa nova, desfiz-me de várias coisas. Comecei a tentar comprar a granel, comecei a fazer o meu iogurte. Para próximos passos quero começar a fazer os meus próprios detergentes e fazer mais compras a granel. Cada vez mais sinto o peso (bom) da consciência dos resíduos que produzo e procuro maneiras de os minimizar. Para mim é um processo que vai acontecendo e tento ir melhorando todos os dias e tento também influenciar as pessoas à minha volta porque acredito que se cada um fizer um pouco já ajuda. 

Deixo a lista que me ajuda a minimizar

1. Preciso mesmo disto? (Experimentem viver sem)

2. Tenho a certeza que não há aqui por casa uma embalagem escondida disto? (guardem o stock todo no mesmo sitio, assim fica mais fácil não ter embalagens perdidas pela casa. 

3. Não tenho algo em casa que possa usar para o mesmo efeito? (procurem na internet por opções, vão ficar surpreendidos)

4. Família e amigos não têm a mais? (até podem trocar com coisas que já não precisam)

5. Posso esperar para pedir como prenda? (quem me conhece já sabe e pergunta-me o que preciso e eu digo efetivamente coisas que preciso)

6. Posso/consigo fazer? 

7. Qual é a opção mais sustentável para adquirir o que preciso?

E claro depois disto fazer a reutilização da embalagem e depois a respetiva a reciclagem

Pode não ser fácil, eu até ao ponto 5 vou bem mas depois fazer e encontrar opções ainda é difícil. 

Volta e meia deem uma volta a vossa casa, uma divisão a cada mês e tirem o que não faz falta, aproveitem para dar a quem precisa.


terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Mudar de Casa #T2 Ep 4

 Não foi difícil habituar-me a casa nova, ajustar a minha rotina num espaço novo. Até a gata se adaptou muito rapidamente. Enquanto estivemos no horário de verão saía depois do trabalho e basicamente ia explorar e perceber o que existia aqui nas redondezas. Foi espetacular perceber que aqui à noite faz menos barulho que na casa antiga. 

A parte mais difícil foi habituar-me a parte exterior, verdade que estamos numa altura que não ajuda mas ir a rua seja para o que for ainda não me é confortável. Ás vezes até vou às compras ao pé da casa dos pais porque me sinto melhor lá, Aqui apesar serem mais pessoas, são muito mais distantes. Sinto que se precisar de ajuda, não me vão ajudar. Quero acreditar que também tem muito a ver com a pandemia e esperemos todos que isto passe. 

terça-feira, 24 de novembro de 2020

Coisas do mundo novo #1

 Sei que com a quarentena e estar menos tempo a conviver com pessoas o meu discurso ficou pior mas juro-vos que aqui fico sempre com a sensação que falo outro idioma. Então eu falo para o vizinho e ele olha para mim com olhos esbogalhados com ar de que um extraterrestre acabou de dizer bom dia. Eu sei que agora vivemos num mundo estranho mas as pessoas podem continuar a falar umas com as outras, ok?



sexta-feira, 13 de novembro de 2020

O tempo de ter tempo

 Como maioria das pessoas desde o início da pandemia eu fiquei com mais tempo. Eu já trabalhava muitas vezes em casa mas tinha 3 atividades "extra-curriculares" que preenchiam os fins de tarde e de repente fiquei apenas a trabalhar.

Sempre me ocupei muito para não ter oportunidade de pensar em mim, pensar em mim era mau e deixava-me triste e com baixa auto-estima por isso enchi-me de atividades e eventos para não ter tempo para pensar. Quando a pandemia começou a ter consequências em Portugal eu já me sentia melhor comigo mesma e já queria deixar uma das atividades porque estava a ser muito cansativo manter tudo. 

No inicio da pandemia soube bem, era como tivesse de férias e sim eu trabalhava 8h por dia mas tinha um monte de horas livres que não fazia nada. Comecei por dormir mais 1h por dia, sim deito-me a mesma hora mas levanto-me 1h mais tarde e o meu corpo prefere dormir mais 1h, além disso a minha casa passou a estar muito mais limpa e arrumada.

Passadas umas 2 semanas de "férias" e de perceber que a coisa não ia passar assim tão rápido criei uma rotina fazendo em casa as minhas 3 atividades "extra-curriculares" e a consegui manter a coisa durante umas 3 semanas até me lesionar a fazer exercício sozinha em casa, treinar música em casa também não era porreiro porque os vizinhos também estavam fechados em casa e tive várias vezes os vizinhos a baterem nas paredes. 

Apesar de já me sentir melhor comigo mesma, era difícil estar tanto tempo sem fazer nada. Comecei a fazer caminhadas que era um exercício simples e com baixo risco de lesão, andava cerca de 1h por dia o que ajudava a descomprimir. Depois também com a cena de mudar de casa acabei por ocupar relativamente o tempo disponível. 

As coisas melhoraram, veio o verão e houve uma sensação de alivio para todos. Mudei de casa e agora cá estamos noutro estado de emergência que é diferente mas cada vez mais limitado. Depois de todas as arrumações na casa nova começo a ter novamente algum tempo "livre" mas sinto-me tranquila que consigo equilibrar entre arranjar coisas para fazer e não fazer nada (que também faz muita falta) 

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Mudar de Casa # T2 Ep 3

 Comprei uma casa num mundo novo, num mundo que não conheço e que não me diz nada mas é um mundo a 10 minutos do mundo dos pais, é um mundo a menos de 20minutos do trabalho.  

Felizmente a casa não precisava de muitas reparações. Decidi mudar-me antes de 15 de setembro porque ia agravar o estado de proteção em que o país estava e não sabia muito bem que limites iam colocar. Depois de ter passado mais de 1 mês e meio a empacotar coisas( tanta tralha que uma pessoa acumula) depois de uma obras rápidas e de uma limpeza a fundo, meti 90% das minhas coisas numa carrinha e trouxe para a casa nova. Depois seguiram-se uns dias interessantes, tinha uma casa cheia de caixas em que ainda não conseguia viver (precisava da internet para trabalhar) e uma semi vazia em que tinha de sobreviver. Tive uma semana a dormir no sofá porque tinha a cama na casa nova, tive uma semana a andar de um lado para o outro a carregar os outros 10%. Trabalhava onde calhava, onde fosse mais fácil logisticamente. Nestas andanças percebi um pequeno problema. Eu quando visitei a casa estávamos a sair do estado de emergência, muitas pessoas estavam em casa por isso eu quando vim não vi quase ninguém na rua. Com o passar do tempo enquanto eu carregava coisas as pessoas começaram a sair e comecei a ver o tipo de ambiente da rua e era muito diferente da parvónia a qual eu já me tinha habituado. Posso-vos dizer que no primeiro dia que dormi cá pensei "onde raio te vieste enfiar". 

sábado, 31 de outubro de 2020

O limite da teimosia

 Não sei se existe um limite da teimosia. Ás vezes pode ser difícil distinguir a persistência com teimosia mas outras vezes é muito fácil. Venho de uma família de teimosos, é genético. Sobrevivi a teimosia do meu avó, não sei se sobrevivo a teimosia da minha mãe. Eu também sou teimosa mas não tenho muita paciência para teimar, para mim é mais fácil ir logo buscar uma prova e dizer "VÊS" do que estar ali a teimar.


Para mim existe sim limites em como e com quem se teima.

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Mudar de Casa # T2 Ep 2

 Durante a primeira vaga da pandemia de covid fiquei em casa 2 meses e deu-me oportunidade de refletir e concluí o que não queria, o que já não era mau. Consegui decidir que apesar de me assustar muito a ideia da mudança e da responsabilidade associada eu queria ir para mais perto da minha família. Quando a coisa começou a melhorar, reuni-me com a minha agente imobiliária e refizemos a minha lista de desejos para a casa, combinamos que também devido a situação, ela me enviaria as casas para eu ver e só visitaríamos as que eu gostasse muito. A coisa não aconteceu assim e as visitas começaram a ser demasiado frustrantes tanto para mim como para ela. Como estava a achar que ela não me percebia comecei a falar com outros agentes e basicamente tinha um por cada agência imobiliária (remax; century e era). Visitar casas tornou-se quase um desporto, chegou ao ponto da minha mãe achar que era boa ideia tornar-me eu agente imobiliária. Vi casas sozinha, vi casas com a minha avó, vi casas com a minha mãe e vi casas com todos eles ao mesmo tempo e sim era influenciada pelas suas expressões/opiniões. Comprar uma casa é demasiada responsabilidade para não considerar a opinião das pessoas que são importantes para mim. Já não tenho a certeza se foi a 25ª ou 26ª casa que vi, que a relação qualidade/preço era boa, o sitio parecia razoável tendo em conta que estava mais perto de Lisboa. Depois do "aval" da mãe e do pai decidi comprar. Num dia visitei a casa (2x) decidi comprar e no dia a seguir estava assinar o contrato compra e venda. Depois disso veio o horrível e desesperante processo burocrático. A sério pessoas, como é as pessoas compram casas? Só de pensar de ter de passar pela mesma cena outra vez dá-me vómitos. Foi uma altura de nervos e chatices que culminou na escritura. No dia antes não dormi e no dia mal consegui comer. A coisa foi rápida, depois de tanta burocracia até fiquei desiludida de ser tão rápido. O pior foi mesmo isso, tinha a escritura numa mão, as chaves na outra e não me sentia feliz. Sentia-me "então mas é só isto, depois de tudo o que passei"e claro que depois fui logo a casa nova ver o que me tinham deixado e mesmo assim continuava um vazio em mim. Estava a duvidar da minha escolha, estava a duvidar de tudo. Percebi que afinal não acabava ali, agora vinham reparações, mudanças...mais trabalho e mais chatice e eu já estava farta de tudo ser tão trabalhoso

sábado, 24 de outubro de 2020

O desafio de dizer bem

Não conheço a realidade de ser uma pessoa com uma ótima auto-estima e super confiante. Não sei o que é olhar sempre pelo lado positivo da coisa. Não sei o que é não duvidar de mim. Ando há muitos anos a trabalhar na minha auto-estima, é um trabalho diário e que não é nada fácil. Muitas vezes tenho recaídas e volto ao pior de mim. Orgulho-me do que já alcancei e de ter noção de como melhorei. Agora que começo a notar as diferenças vejo que ainda mais difícil de ganhar auto-estima é mantê-la. Então uma pessoa descobre um erro no trabalho que está assim desde sempre e nem um "Boa Milka" ou "Epa ainda bem que descobriste isto". A reação foi mais "Não fizeste tu mais que a tua obrigação". Eu não sei como funciona com vocês mas a minha auto-estima está, ainda, muito dependente de inputs exteriores e aí está um grande problema porque quando fazem alguma coisa mal é capaz de vir meio mundo esfregar na vossa cara mas fazem uma bem e nem uma palmadinha nas costas. Infelizmente cada vez mais somos criticados por tudo e se tive esperança que com o confinamento a coisa melhorasse, já está mais que provado que as pessoas se tornaram mais cruéis. Vivemos na moda da crítica, é o que sai primeiro antes de tentar perceber seja o que for. Como é que neste mundo alguém consegue ser confiante? como é que alguém acredita em si próprio e nas suas capacidades? Será que aqueles que têm boa auto-estima a conseguem porque metem todos os outros para baixo? Como nós tornamos mais equilibrados num mundo virado ao avesso?