sábado, 6 de junho de 2015

Crónica de uma morte anunciada

Sempre soube que somos diferentes, sempre to disse. Tu escolhes-te não me ouvir. Sempre soube que temos maneiras diferentes de ver e viver a vida, também te disse. Sempre achei que um dia íamos chegar a um impasse difícil de resolver, disseste para aproveitar enquanto era feliz e não pensar no futuro e assim o fiz. Aceitei a condição de que somos diferentes, aceitei-te como és e não te quero mudar porque gosto de ti assim. Aceitei que um dia, num impasse, não nos iríamos entender mas decidi ser feliz ao teu lado até esse dia chegar. A verdade é que esse impasse mostra sinais de crescimento e tu agora preocupas-te com ele, porque percebes as implicações que tem. A verdade é que não aceitas as coisas como elas são e de repente sou eu a má da fita por algo que passei este tempo todo a dizer-te. Gosto muito de ti e o meu objetivo continua a ser ir desembaraçando o nó com a tua ajuda e arranjar uma solução que seja razoável para os dois. Faço os possíveis para que o dia do impasse demore muito a chegar....agora é esperar que faças por isso também.

4 comentários:

  1. Quando se é muito diferente do outro é sempre complicado, mas com esforço e amor tudo se resolve!

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  2. Acho que não há impossíveis nem "mortes anunciadas". Sei que a diferença de ideias, de formas de ser, de estar na vida e de projectos de vida pode realmente ter um impacto imenso na relação e que a vida acaba muitas vezes condicionada por isso. Mas creio que há sempre uma esperança quando há amor (e não é querer impingir uma visão romântica da coisa até porque eu não acredito na história de uma cabana e amor mas muito menos acredito na história de uma cabana sem amor), acho que tens noção que não será um percurso fácil mas, pessoalmente, creio que quando há amor e vontade de fazer as coisas vingar e correrem bem, as pessoas acabam por fazer cedências e, por vezes, coisas que pareciam tão complicadas de ultrapassar até se revelam relativamente simples.
    Nós também mudamos, a vida vai-nos mudando. Só não acredito é nas mudanças impostas e forçadas mas, pela minha experiência de vida, acho que chegar a um compromisso, ceder em alguns aspectos não é assim tão complicado quando amamos mesmo, fazemos essas cedências de forma quase inconsciente, porque queremos, porque assim decidimos, porque percebemos que, para nós, é mais importante aquela pessoa do que o aspecto A ou B. Acabamos por nem ver aquilo como uma perda mas como um evoluir das coisas...

    Como ele está a tomar consciência dessas diferenças e começa a questionar as coisas e a preocupar-se com as mesmas, quem sabe se não ocorrem ligeiras mudanças, ligeiras adaptações para que tudo "entre nos eixos" e corra bem...?

    Desejo-te tudo de bom :)

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    1. Corcordo plenamente contigo e se a minha relação durou até agora foi devido a pequenas cedências e adaptações que fizemos um ao outro. Só fiquei um pouco "aborrecida" porque estou fartinha de lhe dizer como as coisas são e de repente ficou muito preocupado mas verdade seja dita que eu nem sempre acreditei na relação e ele sim.

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