domingo, 27 de dezembro de 2020

A nova relação

Conheci o meu actual namorado numa aplicação de encontros (e não foi o tinder). Tive na aplicação cerca de duas semanas antes de começar a falar com ele e ele foi o primeiro que a conversa avançou para um encontro. As minhas expectativas eram muito baixas, muito sinceramente tinha tanto medo que ele não fosse nada do que dizia, que fosse um ladrão ou um tarado. O primeiro encontro foi simples e deu para me descansar. Era uma pessoa "normal", aliás mais normal que eu mas eu avisei-o. Tínhamos os dois o mesmo objetivo, conhecer alguém sem pressões. Não morávamos propriamente perto um do outro por isso os encontros eram semanais. A coisa foi sempre descontraída e foi fluindo. Não sei bem quando me apercebi que estava apaixonada por ele mas foi antes da quarentena. Na quarentena não podemos estar juntos e isso levou a um ligeiro afastamento mas foi rapidamente recuperado quando as medidas foram reduzidas. Lembro-me bem quando ele disse pela primeira vez amo-te. Estava inquieto como se algo o incomodasse, esteve assim umas horas até dizer e relaxar. Quando comecei a procurar casa, ele falou na possibilidade de morarmos juntos. Senhores, não acredito que não se façam comparações com relações antigas. Quando ele falou em morarmos juntos quase que entrei em choque. Caraças andei eu tantos anos a tentar morar com o meu ex e de repente em menos de um ano este fala em morarmos juntos. Tive medo, achei que nos faltava muitos passos antes. Precisávamos de mais experiencias a dois antes de tomar essa decisão e por isso comprei a casa na mesma mas já na perspetiva de a poder alugar. Ainda não moramos juntos mas passamos cada vez mais tempo juntos. Já estamos juntos há mais de um ano, é simples e descontraído. Não é perfeito nem nada que se pareça mas é bom.

sábado, 19 de dezembro de 2020

Carta ao Irmão que não tenho

 Olá Mano, (sei que seria um rapaz)

Quero que saibas que pedi muito por ti, durante uns anos mas depois achei que já não era altura de vires. Não é que não te quisesse ao meu lado, porque queria. Queria muito alguém com partilhar tudo, para me ensinar, ajudar, brigar e amar. Mas a certo ponto as coisas eram tão confusas que achei que se viesses não ia ser justo para ti, ias parar numa família de loucos (quem não tem, que atire a primeira pedra) então achei que era melhor para ti não vires. Não quero ser egoísta mas hoje em dia queria muito que tivesses aqui, no meio da família louca. Sim, somos malucos mas íamos adorar-te e ias ser maluco também. Ias adorar animais como eu, ias brincar aos aviões com o pai e ouvir os disparates da mãe. Ias ser mais rebelde mas mais corajoso, eu ia proteger-te de tudo mas também dar-te na cabeça muitas vezes. Provavelmente ias ter mais amigos e por arrasto eu conheceria mais pessoas. Acho que não ias adorar o fim do mundo como eu, mas o fim do mundo contigo teria sido muito menos solitário. Não ias ter muitas namoradas, ias encontrar rápido aquela rapariga que eu iria avaliar. Desde que tivesses feliz seria o suficiente para mim. Terias saído do fim do mundo mais rápido que eu, provavelmente logo na faculdade/força área (sim por causa dos aviões). Ias ajudar-me a ter mais confiança em mim e a ser menos solitária. Como encontravas o teu amor mais rápido, eu já seria tia nesta altura e ia mimar os teus filhos até ser irritante. Ias estar ao meu lado quando os nossos país precisassem de ajuda e nunca me deixarias sozinha. 

Quero que saibas que penso em ti muitas vezes e adorava ter-te ao meu lado. Por mais louca que seja a nossa família ias sempre poder contar connosco.

Amo-te,´

Mana mais velha

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Coisas do mundo novo #2

 Música aos berros. Senhores, eu respeito o vosso gosto musical mas maioria das vezes não partilho o mesmo gosto. Já é mau aos domingos a tarde que não podemos sair que casa e alguém decide ser o DJ da rua mas durante a semana é que não pode ser, o pessoal agora está em tele-trabalho. Não é porreiro estar a ter uma reunião por skype e ouvir-se a música foleira que alguém colocou aos berros. Querem ouvir música alta usem uns fones

domingo, 6 de dezembro de 2020

Maior consciência

 Desde pequena que me lembro de fazer reciclagem em casa, mesmo antes de aprender na escola primária. Depois veio a minha furretice ao de cima que me impediu de fazer grandes gastos disparatados. Comprar roupa foi muitas vezes uma tortura, achava (porque já não me lembro da última vez que comprei roupa) que as roupas eram demasiado caras e ainda por cima muito provavelmente tinham sido feitas por uma criancinha desfomeada do outro lado do mundo. No meio disto veio a consciência alimentar ( e não vi o cowspiracy) e passei a comer menos carne. Mais tarde, talvez há 10 anos, veio a parte da tralha. De ver a casa dos meus avós atafulhada, comecei a destralhar o meu quarto. Quando fui morar sozinha, mais uma vez a forretice e também já alguma consciência que não precisamos de muito, comprei pouquíssimas coisas para a casa e volta e meia dava uma volta a casa e colocava coisas para dar. Também comecei a ter mais atenção ao que comprava, se precisava mesmo, se não tinha ninguém (as minhas avós) que tivessem a mais...basicamente arranjar o que precisava sem ter de comprar. Decidi que quando uma embalagem de algo terminasse, tentava viver sem ela para perceber se 1:eftivamente me fazia falta, 2: se não arranjo uma alternativa com as coisas que ainda tenho. Quando me mudei recentemente, foi um grande momento de limpeza e mesmo assim nas semanas a seguir já na casa nova, desfiz-me de várias coisas. Comecei a tentar comprar a granel, comecei a fazer o meu iogurte. Para próximos passos quero começar a fazer os meus próprios detergentes e fazer mais compras a granel. Cada vez mais sinto o peso (bom) da consciência dos resíduos que produzo e procuro maneiras de os minimizar. Para mim é um processo que vai acontecendo e tento ir melhorando todos os dias e tento também influenciar as pessoas à minha volta porque acredito que se cada um fizer um pouco já ajuda. 

Deixo a lista que me ajuda a minimizar

1. Preciso mesmo disto? (Experimentem viver sem)

2. Tenho a certeza que não há aqui por casa uma embalagem escondida disto? (guardem o stock todo no mesmo sitio, assim fica mais fácil não ter embalagens perdidas pela casa. 

3. Não tenho algo em casa que possa usar para o mesmo efeito? (procurem na internet por opções, vão ficar surpreendidos)

4. Família e amigos não têm a mais? (até podem trocar com coisas que já não precisam)

5. Posso esperar para pedir como prenda? (quem me conhece já sabe e pergunta-me o que preciso e eu digo efetivamente coisas que preciso)

6. Posso/consigo fazer? 

7. Qual é a opção mais sustentável para adquirir o que preciso?

E claro depois disto fazer a reutilização da embalagem e depois a respetiva a reciclagem

Pode não ser fácil, eu até ao ponto 5 vou bem mas depois fazer e encontrar opções ainda é difícil. 

Volta e meia deem uma volta a vossa casa, uma divisão a cada mês e tirem o que não faz falta, aproveitem para dar a quem precisa.


terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Mudar de Casa #T2 Ep 4

 Não foi difícil habituar-me a casa nova, ajustar a minha rotina num espaço novo. Até a gata se adaptou muito rapidamente. Enquanto estivemos no horário de verão saía depois do trabalho e basicamente ia explorar e perceber o que existia aqui nas redondezas. Foi espetacular perceber que aqui à noite faz menos barulho que na casa antiga. 

A parte mais difícil foi habituar-me a parte exterior, verdade que estamos numa altura que não ajuda mas ir a rua seja para o que for ainda não me é confortável. Ás vezes até vou às compras ao pé da casa dos pais porque me sinto melhor lá, Aqui apesar serem mais pessoas, são muito mais distantes. Sinto que se precisar de ajuda, não me vão ajudar. Quero acreditar que também tem muito a ver com a pandemia e esperemos todos que isto passe.