terça-feira, 31 de março de 2015

Anda tudo a dormir

Nos últimos tempos tenho ido várias vezes para o trabalho da mãe. As entrevistas são lá perto por isso vou com ela e depois no tempo fora da entrevista fico no trabalho dela. Fico lá sossegadinha numa mesa com o meu pc a fazer o que me apetece. Já tinha dado conta que algumas pessoas ou não se apercebem da minha presença ou acham que trabalho lá (eles não conhecerem os colegas faz-me uma certa confusão e não é um sítio que trabalhe muita gente). Ontem estive lá quase o dia todo, hoje a mãe chega e conta-me a conversa com o chefe.

chefe da mãe: Então a tua filha???
mãe: A minha filha, não trabalha cá.
chefe da mãe: Aí não??
mãe: Não, ela veio responder a uns anúncios.
chefe da mãe: Ah, ela ainda não arranjou trabalho?
mãe: ainda não
chefe da mãe: Ah, ta bem..
mãe: mas ela pode vir para aqui se não se importar
chefe da mãe: então ela que envie o currículo.


Os colegas não darem por mim é uma coisa o chefe daquilo tudo achar que eu trabalho lá é outra coisa completamente diferente.


domingo, 29 de março de 2015

Há uma primeira vez para tudo..

Estava eu já na sala de aula na sexta (19h e pouco) vejo que me estão a ligar de um número que eu não conheço. Tive um felling e saí para atender. Era um senhor, com a situação não percebi o nome dele nem de onde falava.

Senhor: Tenho aqui o seu currículo, era para marcar uma entrevista para segunda.
(já tinha uma entrevista para segunda)
Eu: Não pode ser na terça?
Senhor: Nem por isso dava jeito ser na segunda.
Eu: É onde?
Senhor: Em Alvalade
(Boa, pelo menos a outra também é na área de Lisboa)
Eu: A que horas?
Senhor: 10h30...11h
(à mesma hora que a outra)
Eu: Não pode ser a tarde?
Senhor: pode sim, a que horas lhe dá jeito?
Eu: depois de almoço
Senhor: Pode ser as 15h?
Eu: pode
Senhor: Então eu digo-lhe a morada
(eu saí da sala só com o telemóvel não tinha onde escrever)
Eu: Não me pode enviar por mail?
Senhor: Não, já estou fora do escritório
(começo a correr em direção a umas pessoas que estavam no corredor para tentar arranjar um papel e caneta)
Senhor; Se quiser posso-lhe enviar por sms
Eu: sim, obrigada. Faça isso

No fim disto tudo fiquei sem perceber qual é a empresa e o cargo para o qual vou ser entrevistada (já consegui descobrir a empresa através da morada). Juro-vos que fiquei perplexa ligam-me as 19h de sexta para marcar uma entrevista para segunda seguinte e ainda por cima à mesma hora que eu já tinha uma entrevista marcada. Felizmente consegui conciliar as coisas mas estar 8 meses sem respostas e agora de repente até duas entrevistas no mesmo dia tenho, é de agradecer e muito

quinta-feira, 26 de março de 2015

Eu tenho 2 entrevistadores

Até agora as entrevistas que fui foram sempre duas pessoas a entrevistar-me e se na primeira a coisa foi complicada porque estava eu à cabeceira da mesa e depois um em cada lado (parecia eu que estava a ver um jogo de ténis, sempre que a cabeça de um lado para o outro). Nesta segunda estavam os dois lado a lado e eu a frente o que facilitou a coisa mas senhores como equilibrar o olhar? É que a sempre um que faz mais perguntas de que o outro e depois existem as outras coisas que eu quero ver tipo o que estão a escrever ou que documentos é que têm. E a intimidação que é ter duas pessoas a olharem para vocês e fazer perguntas quase parece um interrogatório na policia (não que eu saiba mas do que se vê nos filmes)


ps (1). Nesta segunda entrevista foi a única entrevista até agora que antes de me fazerem as perguntas explicaram-me tudo o que ia fazer e as condições (ordenado, horário, tipo de contrato). Depois de explicarem tudo a primeira pergunta foi "continua interessada?"

ps(2). Estava eu literalmente à porta da empresa que ia fazer a entrevista com o porteiro a olhar para mim e a mandar-me avançar com o carro e eu ao telefone com uma senhora a marcar outra entrevista.

terça-feira, 24 de março de 2015

Assim sim

Ontem comecei a manhã a receber uma carta de um concurso público que me candidatei, a carta era para dizer que passei a fase da entrevista e tinha a marcação da mesma. Ao início da tarde, ligam-me para ir a uma formação gratuita e cerca de 30 minutos depois ligam-me de uma empresa aqui perto para marcar uma entrevista de um anúncio que respondi.


Finalmente começam as oportunidades a aparecer. Esperança renovadíssima!!!

domingo, 22 de março de 2015

Farta e fartinha

Desde o início das aulas que uma colega que se senta ao meu lado diz que está farta. Todos os dias de aulas é a mesma coisa "aí já estou farta disto", "aí que isto nunca mais acaba", "aí estou tão cansada". Ela trabalha e percebo que ao fim do dia esteja cansada e tal mas ela já trabalhava quando se inscreveu no curso, ninguém a obrigou a inscrever-se. Desde o início do curso que ela se queixa. As pessoas quando se inscrevem nas coisas têem de pensar se estão preparadas ou não. Eu quando trabalhava e estudava também estava muito cansada mas não tenho a sensação de estar sempre a queixar-me, a única coisa que sou capaz de ter sido mais repetitiva era quando as pessoas me convidavam ou aliciavam para alguma coisa eu dizia " ah eu agora não tenho tempo, estou a fazer isto e isto e aquilo" podia dizer só não tenho tempo mas sentia alguma necessidade de explicar porque não o tinha. Farta estou eu de a ouvir é que um bocadinho saturante todos as aulas ouvir a mesma coisa. 

quarta-feira, 18 de março de 2015

Isto de ser pontual tem que se lhe diga

Gosto de ser pontual e para mim ser pontual é chegar 10 minutos antes e faço-o sempre que possível. Por vezes as coisas não me correm de feição e acontece chegar a horas ou ligeiramente atrasada. Há uns dias as aulas começavam as 19h cheguei às 19h05 mal entrei na sala professor perguntou "Milka está tudo bem?"
eu: "sim, professor"
ele :" Ah é que normalmente é a primeira a chegar, pensei que tivesse acontecido alguma coisa" 

segunda-feira, 16 de março de 2015

Ridiculamente rídiculo

Já me fartei de pedir trabalho na oficina onde regularmente levo o meu carro. Aquilo é coisa grande tem várias coisas e vejo-me lá a trabalhar em 2/3 secções. Da última vez que pedi, consegui falar com o responsável dos recursos humanos que disse que até precisavam mesmo mesmo de alguém com as minhas habilitações e disse que a probabilidade de me contratarem era grande. Ficou de falar com o chefe, passou uma semana e nada. Ligou-me hoje assim "olhe Milka você apareça cá peça para falar com o Sr. chefe diga-lhe o seu currículo como nos pode ajudar e assim". Eu estranhei, então apareço assim sem mais nem menos sem o Sr. estar a minha espera. O senhor dos recursos humanos continua "um conselho, você traga o seu pai. Porque o Sr. chefe conhece o seu pai, ele é muito bom cliente e assim facilita que o Sr. chefe a queira cá". Eu fiquei em choque que só balbuciei "ah....mas...o meu pai não está em casa.."

Senhores ter uma cunha é uma coisa, sermos apresentados por uma cunha é uma outra coisa, levar o pai, que por acaso é bom cliente da oficina, para uma cena que nem entrevista chega a ser, é só ridículo. 

Então era suposto eu ir para o meio da oficina com o meu pai ao lado a procura do Sr. chefe, esperar que ele tivesse tempo para falar comigo e depois dizia o quê "olhe este é meio pai que é muito bom cliente aqui. Eu estou desempregada e o meu pai e eu queremos muito que eu trabalhe aqui". RIDÍCULO

Eu fui lá, sozinha, para tentar falar com o homem. Não consegui, ele despachou-me para o senhor dos recursos humanos e eu fiquei com pouca vontade de trabalhar num sítio assim

domingo, 15 de março de 2015

Típico Português

Adoro mas adoro mesmo que as aulas acabem mais cedo somente e apenas porque..........................



                                                            joga o Benfica. 

terça-feira, 10 de março de 2015

Uma nova fobia

Quando estive na conferência fiquei no mesmo hotel que o meu professor era mais fácil em termos logísticos. Quando entramos no parque de estacionamento (curva a descer, tipo U) percebi que aquilo era muito apertado mas fez-se razoavelmente bem. Quando foi para sair informaram que era por onde entramos. Basicamente um carro comprido a subir uma cena muito mas mesmo muito estreita. Eu já sabia que as subidas e descidas me faziam confusão mas isto foi um outro nível. Eu ia de olhos fechados, completamente encolhida e sem respirar. O meu professor teve que fazer algumas vezes marcha atrás (na subida) para conseguir virar o carro e passar a curva estreita sem bater. Ia entrando em pânico só queria sair do carro e ir para a rua, para verem que fiquei tão alterada quando chegamos cá fora o meu professor olhou para mim e perguntou-me se eu queria ir ao hospital. Como praticamente não respirei lá dentro, cá fora estava com falta de ar e o coração a bater descompassadamente mas consegui manter a calma e passados uns minutos voltei ao normal. O susto foi estranho mas o mais estranho foi descobrir a uma fobia nova nesta altura da vida. O carro voltou ao estacionamento mas eu não. Tive pesadelos com aquilo e mesmo não estando no carro quando o meu professor saiu novamente do estacionamento fiquei nervosa e com falta de ar. Agora já sei e terei que adaptar as coisas a esta informação, felizmente vivendo no campo parece-me que não será uma coisa que vou encontrar muitas vezes. 

domingo, 8 de março de 2015

Carreira ou famíla

Um dia destes numa conversa uma rapariga um pouco mais velha que eu. Ela após o curso conseguiu trabalho em Lisboa mas desde sempre procurou mais perto da casa dos pais (aqui perto do fim do mundo) e ao fim de três anos consegui trabalho mais próximo e ela dizia-me "sabes quando uma pessoa escolhe um trabalho ao pé do campo está a colocar a família em frente a carreira". Percebi o que ela dizia, aqui não se vive para o trabalho, não existe as correrias e as pressões. Claro que isto não significa que as pessoas aqui não tenham uma "carreira" simplesmente as coisas são diferentes e as pessoas tem que perceber que é diferente e fazer a sua escolha. Estes últimos dias deixaram-me muito em que pensar, a entrevista e a conferência fizeram me repensar várias coisas e num sentido muito semi-prático percebi o que ela me dizia.

Se me aceitarem para trabalhar será em Lisboa, vou deixar de ter vida, nem se quer sei como vou namorar. Imagino-me a mudar de umas empresas para as outras subindo de posto ou mudando de atividade mas sempre na mesma zona geográfica. Imagino-me a viver sozinha em Lisboa e a passear feita turista aos fins de semana. Imagino-me a ganhar pouco pelo meu esforço e a competição a que vou estar exposta. Imagino-me a ir de férias para fora e que os meus amigos são um grupo de viciados no trabalho. Imagino-me a visitar museus e a ir a espectáculos, a falar com pessoas interessantes e até quem sabe fazer o doutoramento

Se ficar por aqui, talvez arranje qualquer coisa a menos de 1h de casa. Imagino um trabalho quase para a vida que só acaba se a empresa falir ou se me quiser vir embora. Imagino-me a namorar com a mesma pessoa muito tempo até ter filhos. Imagino-me a viver numa casa pequena cheia de humidade e com a relva por cortar. Imagino-me a ir de férias para o Algarve e ter um grupo de amigos que trabalha na agricultura. Imagino-me a ganhar razoavelmente para aquilo que faço porque as vezes não se faz muito. Imagino-me a ir a feiras de enchidos e aos mini-concertos das festas das freguesias. Imagino-me a falar com pessoas com histórias de vida fascinantes e a fazer as formações obrigatórias da empresa.

Ninguém me garante que a coisa não possa ser o melhor de cada, o pior dos dois ou até nenhum dos dois. Como neste momento não tenho que fazer esta escolha resta-me esperar que aconteça o que for melhor seja o que isso for

sexta-feira, 6 de março de 2015

Quem é Quem??

No dia de apresentação da tese, desliguei o telemóvel. Quando liguei recebi uma mensagem de tentativa de contacto da pessoa A. Passado uns minutos pessoa A liga para saber como correu e dá os parabéns e afins. O dia continua. Estou em casa e chega a pessoa B vai ver televisão e passados uns 20 minutos "grita" a perguntar o que é o jantar e depois passa no meu quarto e pergunta como correu. Entretanto chega a pessoa A que vem logo ao meu quarto saber pormenores. O meu desafio para vocês é quem é a pessoa A e quem é a pessoa B?


ps. não vou oferecer nada a quem acertar, só beijinhos

terça-feira, 3 de março de 2015

Isto assim é que tem graça

Quinta e sexta vou rumar para a conferência e amanhã tenho a entrevista. Semanas e semanas sem nada e depois uma que mal me deixa respirar (atenção que não me estou a queixar. Eu gosto assim)

segunda-feira, 2 de março de 2015

Bate na boca

Depois deste desabafo sentia-me triste. Hoje eram 9h15 ligam-me para marcar uma entrevista. Eu que nem sou nada destas coisas olhei para cima bati na boca (por ontem me ter "queixado") e agradeci. 

domingo, 1 de março de 2015

O sentido da incerteza

Sempre tive dúvidas do que fazer, dúvidas do que queria para mim apenas percebia o que não queria. Nunca tive um talento ou uma aptidão especial sempre me safei razoavelmente. Gostava de astronomia, de cozinhar, de fazer massagens, de pintar, de animais....Entre conselhos e testes lá entrei na faculdade para uma coisa que não sabia bem o que era. O primeiro ano foi o caos quis desistir com todas as forças mas não me deixaram. No segundo ano com disciplinas mais especificas percebi que até achava piada aquilo e deixei-me estar. A terminar o curso o país estava afundado numa crise económica, para não ficar sem fazer nada escolhi (EU escolhi) o mestrado. Adorei o que fiz apaixonei me por uma área e fiquei orgulhosa do trabalho de tese que desenvolvi. Entre isto o centro de emprego arranja-me um estágio em algo que vai um pouco contra o meu gosto mas as oportunidades eram escassas e não me dei ao luxo de recusar. Felizmente tive sorte e não se fazia nada, tinha tempo para ler artigos para navegar livremente na net e recebia ao fim do mês. O estágio acabou a empresa não tinha nem trabalho nem dinheiro para mim. Acabei a tese e empurrada pelos pais comecei a fazer uma pós graduação. A pós- graduação é algo que nunca me passou pela cabeça, é assustadora e exigente. Depois de 4 meses de aulas tenho sérias dúvidas que tenha perfil para exercer a profissão mas esforço-me. Logo após ter ficado desempregada começo a procura de outro emprego entretanto já passaram 8 meses ainda não fui chamada para uma única entrevista. Tenho a familia, amigos e desconhecidos a mandar bitaites que sei que é com a melhor das inteções. No meio de pequenos cursos, pós graduação, conferências, feiras de emprego e afins não me foco em nada e tento espalhar a minha atenção por tudo. No fim disto tudo sinto-me perdida, não sei o que fazer e não consigo imaginar o futuro. Estou a perder a capacidade de sonhar...