sexta-feira, 13 de novembro de 2020

O tempo de ter tempo

 Como maioria das pessoas desde o início da pandemia eu fiquei com mais tempo. Eu já trabalhava muitas vezes em casa mas tinha 3 atividades "extra-curriculares" que preenchiam os fins de tarde e de repente fiquei apenas a trabalhar.

Sempre me ocupei muito para não ter oportunidade de pensar em mim, pensar em mim era mau e deixava-me triste e com baixa auto-estima por isso enchi-me de atividades e eventos para não ter tempo para pensar. Quando a pandemia começou a ter consequências em Portugal eu já me sentia melhor comigo mesma e já queria deixar uma das atividades porque estava a ser muito cansativo manter tudo. 

No inicio da pandemia soube bem, era como tivesse de férias e sim eu trabalhava 8h por dia mas tinha um monte de horas livres que não fazia nada. Comecei por dormir mais 1h por dia, sim deito-me a mesma hora mas levanto-me 1h mais tarde e o meu corpo prefere dormir mais 1h, além disso a minha casa passou a estar muito mais limpa e arrumada.

Passadas umas 2 semanas de "férias" e de perceber que a coisa não ia passar assim tão rápido criei uma rotina fazendo em casa as minhas 3 atividades "extra-curriculares" e a consegui manter a coisa durante umas 3 semanas até me lesionar a fazer exercício sozinha em casa, treinar música em casa também não era porreiro porque os vizinhos também estavam fechados em casa e tive várias vezes os vizinhos a baterem nas paredes. 

Apesar de já me sentir melhor comigo mesma, era difícil estar tanto tempo sem fazer nada. Comecei a fazer caminhadas que era um exercício simples e com baixo risco de lesão, andava cerca de 1h por dia o que ajudava a descomprimir. Depois também com a cena de mudar de casa acabei por ocupar relativamente o tempo disponível. 

As coisas melhoraram, veio o verão e houve uma sensação de alivio para todos. Mudei de casa e agora cá estamos noutro estado de emergência que é diferente mas cada vez mais limitado. Depois de todas as arrumações na casa nova começo a ter novamente algum tempo "livre" mas sinto-me tranquila que consigo equilibrar entre arranjar coisas para fazer e não fazer nada (que também faz muita falta) 

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