quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Dia Mundial da Luta Contra o Cancro

Sou uma sortuda, apesar de tudo sempre me considerei uma sortuda. Sou uma sortuda, até há um ano não tinha ninguém perto de mim com cancro e isso era raro, ouvia as histórias havia sempre alguém que tinha, tal como uma peste aguda que circula por aí. No inicio do ano 2015 veio a noticia de uma amiga, o circulo começava a apertar-se e depois entrou pela família adentro. Avó paterna, já há muitos anos acompanhada visto que todas as irmãs o tiveram, é lhe diagnosticado cancro da mama. Relativizei, não quero fazer um bicho de sete cabeças, não quero encara-lo como o mostro que veio destruir a minha família. Trato-o com respeito mas não como drama que vejo por aí Digo-lhe a verdade sem filtros, digo -lhe que os tratamentos são horríveis, digo-lhe que vai sofrer mas também lhe digo que faz tudo parte da luta e que no fim ficará tudo bem. Não tenho medo que morra, nem ela tem. Tenho medo que sofra na morte, tal como ela tem. Acho que o cancro não vai dar cabo dela, os tratamentos é que já não tenho tanta certeza, já não é jovem e já passou por muito. Não tenho pena que lhe tenha acontecido a ela, tenho pena de todos a quem acontece. A peste que circula por aí chegou perto de mim mas não vou deixar que me intimide e que ache que ganhou. A luta começou......

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