sábado, 3 de outubro de 2020

As voltas que a vida não dá

 A última vez que escrevi aqui ainda mal se ouvia covid em Portugal, hoje não há um único dia que não se oiça essa palavra. O mundo mudou ( não necessariamente para melhor) e cada um está a lidar com as consequências da mudança que ainda agora começou. 

Os meus pais mudaram-se, eu mantive-me durante cerca de um ano perto do fim do mundo sem namorado, sem pais e sem amigos ( sendo eu uma solitária, não foi assim tão mau como parece). O meu avó paterno morreu muito antes do covid e foi a minha primeira experiência com velórios e afins ( a melhor coisa que posso dizer é que aquela gente trabalha depressa). Comecei a aprender um instrumento musical e desisti um ano e meio depois quando começou a ser muito difícil progredir (precisava de mais tempo e vontade para treinar). Arranjei namorado, foi através da internet e no início era simplesmente com o sentido de conhecer pessoas. Ele foi o primeiro que me encontrei pessoalmente e coisa descontraída dura quase a um ano. Pelo meio fomos apanhados pela pandemia, ainda não nos conhecíamos bem e tivemos separados praticamente dois meses. Eu estive em casa sozinha a trabalhar, durante dois meses saía apenas uma vez por semana para fazer compras. Trabalho ainda na mesma empresa e tenho a sorte de poder estar em tele-trabalho. Recentemente comprei uma casa (na loucura que está o mercado imobiliário) e mudei-me para um mundo novo, muito mais perto do trabalho e a menos de 10minutos dos pais e igualmente longe do namorado.

Apesar de muita coisa ter mudado ainda existem muitas que continuam iguais. Continuou pessimista e com baixa autoestima ( embora que já não pense tanto nisso), continuou com as mesmas dificuldades de socialização ( coisa que o covid só piorou), continuou a ser medíocre no trabalho e continuou a não saber bem o que quero de mim e da minha vida.



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