quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Mudar de Casa # T2 Ep 2

 Durante a primeira vaga da pandemia de covid fiquei em casa 2 meses e deu-me oportunidade de refletir e concluí o que não queria, o que já não era mau. Consegui decidir que apesar de me assustar muito a ideia da mudança e da responsabilidade associada eu queria ir para mais perto da minha família. Quando a coisa começou a melhorar, reuni-me com a minha agente imobiliária e refizemos a minha lista de desejos para a casa, combinamos que também devido a situação, ela me enviaria as casas para eu ver e só visitaríamos as que eu gostasse muito. A coisa não aconteceu assim e as visitas começaram a ser demasiado frustrantes tanto para mim como para ela. Como estava a achar que ela não me percebia comecei a falar com outros agentes e basicamente tinha um por cada agência imobiliária (remax; century e era). Visitar casas tornou-se quase um desporto, chegou ao ponto da minha mãe achar que era boa ideia tornar-me eu agente imobiliária. Vi casas sozinha, vi casas com a minha avó, vi casas com a minha mãe e vi casas com todos eles ao mesmo tempo e sim era influenciada pelas suas expressões/opiniões. Comprar uma casa é demasiada responsabilidade para não considerar a opinião das pessoas que são importantes para mim. Já não tenho a certeza se foi a 25ª ou 26ª casa que vi, que a relação qualidade/preço era boa, o sitio parecia razoável tendo em conta que estava mais perto de Lisboa. Depois do "aval" da mãe e do pai decidi comprar. Num dia visitei a casa (2x) decidi comprar e no dia a seguir estava assinar o contrato compra e venda. Depois disso veio o horrível e desesperante processo burocrático. A sério pessoas, como é as pessoas compram casas? Só de pensar de ter de passar pela mesma cena outra vez dá-me vómitos. Foi uma altura de nervos e chatices que culminou na escritura. No dia antes não dormi e no dia mal consegui comer. A coisa foi rápida, depois de tanta burocracia até fiquei desiludida de ser tão rápido. O pior foi mesmo isso, tinha a escritura numa mão, as chaves na outra e não me sentia feliz. Sentia-me "então mas é só isto, depois de tudo o que passei"e claro que depois fui logo a casa nova ver o que me tinham deixado e mesmo assim continuava um vazio em mim. Estava a duvidar da minha escolha, estava a duvidar de tudo. Percebi que afinal não acabava ali, agora vinham reparações, mudanças...mais trabalho e mais chatice e eu já estava farta de tudo ser tão trabalhoso

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