segunda-feira, 7 de julho de 2014

Sofrer sozinho não é igual a sofrer junto

Infelizmente o cão, que tinha com o meu namorado, morreu de doença. Quando o joe morreu foi uma coisa minha, um sofrimento meu que eu "decidia" como o vivia. Claro que o S. me apoiou e me ajudou mas quem determinava as coisas era eu porque o sofrimento era meu e não nosso como casal. Com este cão foi muito diferente, era um cão nosso e que apesar de viver na casa do meu namorado eu estava com ele quase todos os dias e contribuía para a sua vida de uma forma activa. Fomos nós que fomos com ele ao veterinário. Eu ainda no recobro do ano da morte do joe e depois mais uma morte, uma morte diferente. Infelizmente, o cão sofreu muito e o meu namorado assistiu a uma parte desse sofrimento e eu não. Foi um momento difícil para os dois, os dois nos sentimos culpados e os dois pensamos que íamos acabar, eu pensava que ele ia acabar comigo por não me apetecer levar o cão ao veterinário no sábado e ele pensou que eu ia acabar com ele porque agora já não tinha motivo para ir lá a casa. Não acabamos e a falar com ele é que percebi que também se sentia culpado. Foi difícil conjugar a nossa maneira de sofrer, somos diferentes e sofremos de maneira diferente e termos que sofrer juntos por algo nosso foi algo que tivemos de aprender a fazer em menos de um dia. Agora passado uma semana as coisas voltam a entrar na normalidade, não sei se sofremos juntos da forma correta (existe maneira correta de sofrer?) mas foi a maneira que arranjamos. Ambos sentimos uma perda, ambos sentimos culpa e ambos sentimos tristeza apenas não as evidenciamos da mesma maneira. 

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