quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Ajudar para quê?

Se a coisa boa que a minha mãe me ensinou foi a ajudar as pessoas. Eu ajudo as pessoas quando posso e como posso, vai desde as coisas mais simples como dar direções até a coisas mais difíceis como mudanças. Andando na rua, também ajudo pessoas, "olhe deixou cair isto", " pode passar a frente", já cheguei inclusive a atar um atacador a uma senhora velhota porque ela tinha dificuldades em baixar-se. Já aconteceu mais que uma vez ir com o S. e parar de repente para ajudar alguém. Há uns dias aconteceu-me e ele disse: "És tótó. Ajudas para quê? As pessoas nem te agradecem". Realmente sempre ajudei sem me perguntar porque o fazia, lá está ensinaram-me a fazê-lo e faço-o. Não o faço para que as pessoas me agradeçam, faço-o porque não me custa fazê-lo e faço também porque espero que se um dia precisar, ou os meus avós, alguém pense como eu e que ajude. Normalmente não ajudo com dinheiro, ajudo com o carregar dos sacos, ajudo com comer/roupa/material escolar, ajudo a procurar/mover/instalar, ajudo com o voluntariado, ajudo com direções mas dinheiro isso raramente dou. Acho que se cada um ajudar um bocadinho (tipo boa ação da semana) o mundo fica um bocadinho mais fácil. 

4 comentários:

  1. :) Concordo tanto contigo.

    É sempre mais fácil ignorar que retirar o tempo para ajudar mas também há situações em que as pessoas vivem em tanto stress que já nem tomam atenção ao que se passa à sua volta ou acham que não podem parar por uns minutos senão vão perder isto ou aquilo.

    Eu ajudo quando posso e como posso mas houve uma situação que me marcou um tanto. Estava eu na cidade onde estudava e vi uma velhinha, numa subida, a cambalear, a apoiar-se, etc. Estava um dia com bastante calor e eu achei que ela estivesse com uma insolação ou simplesmente a precisar de ajuda... sabes que quando me aproximei dela ela ficou com medo? Quando me apercebi que ela estava com medo de mim ofereci-me para lhe chamar os bombeiros e só aí é que ela relaxou ( e por acaso agradeceu também).
    Acho que isso diz muito sobre o que as pessoas esperam dos outros...e não esperam ajuda. E isso é triste.

    Por outro lado, acontecem situações que nos deixam completamente enternecidos: recentemente chovia a potes quando íamos para casa e vimos um senhor velhinho a andar mesmo devagarinho com uma bengala, todo molhado no meio da estrada. O R. parou o carro para lhe darmos boleia. Sabes o que aconteceu? O senhor queria-nos encher o carro com batatas, com cenouras, castanhas, etc [tudo o que tinha] como agradecimento... nós não quisemos nada mas ficamos mesmo tocados com o senhor. Apesar de tudo tinha uma boa-disposição imensa e a gratidão dele foi qualquer coisa de tocante.

    Eu reconheço que ajudo principalmente idosos e crianças. Talvez porque me parecem mais vulneráveis ou porque são os que mais vejo a precisarem de ajuda. Há situações que simplesmente não consigo ignorar, passar em frente e ficar bem com a minha consciência. É um tanto egoísta porque parece que o faço para ficar bem com a minha consciência. Mas muitos, principalmente idosos, recusam muitas vezes ajuda, suponho que também por não confiarem e até terem medo que lhes queiramos fazer mal.

    Acredito que a entre-ajuda também se aprende pelos exemplos que nos circundam:
    https://www.youtube.com/watch?v=u8tzswROt70

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    1. Sim acho que crianças e idosos (penso logo que aquele podia ser o meu avô) também me chamam mais a atenção. Embora que agora que vou mais vezes a Lisboa tenho ajudado alguns turistas (quero que vão dizer bem do nosso país).

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    2. ahah pois com os turistas também tive algumas experiências. Alguns são muito simpáticos mas outros...
      No Porto uma vez uns americanos mal-trataram uma amiga minha porque ela não lhes sabia explicar bem um caminho. Nós vinhamos mais atrás e já só os apanhamos enquanto eles a estavam a dizer que ela era burra porque não se desenrascava na língua inglesa e que não tinha jeito nenhum alunos universitários não falarem mais línguas. Eu detestei aquilo até porque ela fala muito bem francês mas mesmo que não falasse não era burra por isso.
      Eu disse-lhes amavelmente que lhes explicaria tudo (essa parte disse em inglês) depois disse a explicação em português... no final disse-lhes em inglês que, como eles achavam burro quem não sabia falar outras línguas para além da sua língua materna supunha que tivessem percebido tudo, desejei-lhes um bom dia e virei costas.

      Não sei qual é a experiência que tens mas nos 3 anos que andei perto de turistas os mais mal-educados e os que tratavam todos abaixo de cão eram os turistas americanos. Sinceramente tenho mesmo muito má imagem deles à conta disso e daquela vez aquilo caiu-me mesmo mal. Quer dizer ela prontificou-se a ajudar, estava a dar o seu melhor e eles decidem chamar-lhe de burra?? Ainda por cima era uma família: os pais e 2 filhos sendo que um era adolescente e o outro teria uns 7 anos... belo exemplo que os pais deram.

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    3. Por acaso até agora têm sido simpáticos mas acho que ainda não apanhei americanos. Não me surpreende, eles acham que o mundo gira a volta deles

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