domingo, 16 de novembro de 2014

Coisas que não me saem da cabeça

Andava eu no sétimo ou oitavo ano quando descobri que tinha piolhos, na verdade foi a minha prima que os descobriu porque lhe disse que tinha comichão na cabeça. A minha tia que trabalhava num infantário já estava mais do que habituada a piolhos e por isso disse ao meu pai o que ele deveria comprar. Estava eu sentada na banheira a fazer o tempo de espera que a caixa recomendava e ouvi as botas da minha mãe a subir os degraus. Nua, com frio sentada numa banheira com um champô que cheirava mal só queria que aquilo passa-se. Ouvi as botas cada vez mais próximo até que bateu a porta, engoli em seco. Mal o meu pai abriu a porta, a minha mãe (tão querida que ela não é) disse: "rapa-se lhe o cabelo". Encolhi-me, não tinha por onde ir. Entra pela casa de banho chateada, enojada por a sua querida filha ter piolhos (nem quero imaginar se fosse pé da atleta ou herpes). Faz-me várias perguntas que eu não sei a resposta do género como é que apanhas-te piolhos. No meio da confusão vem as minhas primas e a minha tia, mostram a minha mãe os piolhos mortos na prateleira da casa de banho e ela repete "vou te rapar o cabelo!" Começo a chorar, a minha tia explica a minha mãe que é normal as crianças apanharem piolhos e que basta fazer o tratamento e volta e meia verificar, não é necessário rapar o cabelo. As minhas primas dizem "oh tia não faças isso", o meu pai diz "agora vais rapar o cabelo a miúda?!" e eu ali sem nada que pudesse fazer com a minha mãe a puxar-me os cabelos. Não me rapou o cabelo mas eu fiquei com isso sempre na cabeça. 

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