domingo, 1 de março de 2015

O sentido da incerteza

Sempre tive dúvidas do que fazer, dúvidas do que queria para mim apenas percebia o que não queria. Nunca tive um talento ou uma aptidão especial sempre me safei razoavelmente. Gostava de astronomia, de cozinhar, de fazer massagens, de pintar, de animais....Entre conselhos e testes lá entrei na faculdade para uma coisa que não sabia bem o que era. O primeiro ano foi o caos quis desistir com todas as forças mas não me deixaram. No segundo ano com disciplinas mais especificas percebi que até achava piada aquilo e deixei-me estar. A terminar o curso o país estava afundado numa crise económica, para não ficar sem fazer nada escolhi (EU escolhi) o mestrado. Adorei o que fiz apaixonei me por uma área e fiquei orgulhosa do trabalho de tese que desenvolvi. Entre isto o centro de emprego arranja-me um estágio em algo que vai um pouco contra o meu gosto mas as oportunidades eram escassas e não me dei ao luxo de recusar. Felizmente tive sorte e não se fazia nada, tinha tempo para ler artigos para navegar livremente na net e recebia ao fim do mês. O estágio acabou a empresa não tinha nem trabalho nem dinheiro para mim. Acabei a tese e empurrada pelos pais comecei a fazer uma pós graduação. A pós- graduação é algo que nunca me passou pela cabeça, é assustadora e exigente. Depois de 4 meses de aulas tenho sérias dúvidas que tenha perfil para exercer a profissão mas esforço-me. Logo após ter ficado desempregada começo a procura de outro emprego entretanto já passaram 8 meses ainda não fui chamada para uma única entrevista. Tenho a familia, amigos e desconhecidos a mandar bitaites que sei que é com a melhor das inteções. No meio de pequenos cursos, pós graduação, conferências, feiras de emprego e afins não me foco em nada e tento espalhar a minha atenção por tudo. No fim disto tudo sinto-me perdida, não sei o que fazer e não consigo imaginar o futuro. Estou a perder a capacidade de sonhar...

2 comentários:

  1. Eu tinha comentado aqui mas parece que não ficou.

    Compreendo-te muito bem e adorava ter boas palavras de conforto ou que pudesse dizer algo para te ajudar verdadeiramente mas efectivamente não tenho.
    Acredito que coloques em causa muita coisa em relação à tua profissão e às tuas capacidades para a exercer (acho que todos o fazemos, independentemente da profissão) mas acima de tudo acho que deves manter a esperança e o foco. Ninguém é perfeito e acredito realmente que quase todos devem ter algumas dificuldades inicialmente quando vão iniciar a sua profissão.

    Estamos a passar por uma fase muito complicada mas não impossível (eu quero acreditar nisso!).

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Também acho o mesmo mas uma das coisas que me assusta é não saber o que quero para mim enquanto que há pessoas que querem ser médicos e trabalham apenas para isso eu só quero trabalhar porque ainda não descobri o que me faz feliz a nível profissional e sou vou descobrir fazendo.

      Eliminar