segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Essa coisa chamada amor-7

Hoje venho falar-vos de um amor diferente. O amor fraternal/ maternal.

Quando a minha mãe era mais nova, muito mais nova tipo 12 anos, tomou conta de uma menina (vamos chamar-lhe Mia). A minha mãe tomou conta da Mia durante muitos anos e por isso criaram uma relação muito próxima, tão próxima que a Mia chamava a minha mãe de mãe. Lembro-me da Mia desde de pequenina, ia muitas vezes a nossa casa. Eu adorava a Mia quando eu tinha 7/8 anos a Mia devia ter uns 20, era linda tinha namorados giros uma vida cheia de aventuras era tudo o que eu queria ser. A Mia chamava-me de filha e prometia-me mundos e fundos mas eu acabava por receber nada a não ser as promessas. Lembro-me de me ter prometido que me levava à piscina, às compras, numa viagem ao Brasil sei lá tanta coisa que me prometeu e nunca aconteceu. Esquecia-se muitas vezes do meu aniversário e por isso para compensar volta e meia chegava coberta de prendas para mim. Prendas que não tinham nada a ver comigo, deu-me os meus primeiros brincos e eu nem tinha as orelhas furadas. Deu-me coisas que eu nem sabia para que serviam (agora passado este tempo todo, percebo que muito do que recebi devia ser coisas que ela já não queria). Apesar de várias desilusões eu adorava a Mia e continuava a ser o meu ídolo e ela gostava tanto da minha mãe que para mim era como se fosse a minha irmã mais velha. Como eu cresci a Mia também cresceu e começou a trabalhar e comecei a vê-la muito poucas vezes, depois mudei-me para "o fim do mundo" desde daí nunca mais a vi. A minha mãe chegou  falar com ela ainda algumas vezes mas também já não a vê ou fala com ela há anos. Hoje a Mia para mim é uma desilusão, uma pessoa que gostava tanto que era tão agradecida a minha mãe, que me adorava e éramos as pessoas mais importantes e havia tanto amor e depois nada. Desapareceu das nossas vidas sem saber de nada sobre nós, deve saber que sou viva mas pouco mais que isso aliás tenho sérias dúvidas que se me visse me reconhece-se e eu também não sei se a reconheço. Eu não sei nada sobre a Mia para mim hoje ela é uma desconhecida, uma pessoa que uma vez amei e que idolatrizei. Não costumo pensar muito nela, não perco muito tempo com pessoas que não merecem, mas recentemente não sei porque lembrei-me dela. Espero que ela esteja bem e que assim sem saber porque também se lembre de nós.


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