quinta-feira, 17 de abril de 2014

Essa coisa chamada amor-8

Mais uma vez, uma minha.

Vi o T. no primeiro dia de aulas do secundário, achei que ele era um miúdo estúpido e a coisa ficou por aí. No 11º ano através de amigos em comum conheci o T. que continuava um miúdo estúpido. Foi conhecendo o T., e a minha história com ele começou quando ouvi umas músicas no mp3 dele e depois pedi algumas para mim. Não sei qual foi o momento exato que me apaixonei por ele, nem sei quando é que me apercebi que estava apaixonada por ele. Sei que foi ele que me fez o pedido mais original para saber o meu número de telemóvel. Sei que os amigos dele me diziam para eu avançar que ele só estava a espera que eu desse um sinal. Sei que um dia ele disse que casaria comigo. Sei que muita gente pensava que éramos namorados, ao ponto de uma rapariga que gostava dele ter-me vindo pedir desculpa. Sei que um dia me deu um beijo muito fofinho na bochecha e me disse "gosto de ti". Sei que o T. era um rapaz estúpido, aquele tipo de rapaz que ao pé dos amigos é parvo, o "maior" e o gozão mas quando estava só comigo era um miúdo frágil com medo que o conhecessem. O T. construiu uma barreira tão alta à sua volta que ninguém conseguia ultrapassar. Sempre que tentava passar um bocado a barreira ele fugia e deixava me cá fora. Andamos no chove não molha mais de 3 anos. Eu gostava mesmo dele, não do miúdo muito estúpido que ele conseguia ser mas do rapaz impecável que era quando estava só comigo. Nenhum de nós deu sinais suficientes para o outro avançar. Durante 3 anos houve muitos carinhos, muitas festinhas e mãos dadas, muitas tardes passadas a conversa, muitas vezes que ele ficou comigo para eu não ficar sozinha, algumas mensagens que diziam mais do que pareciam dizer, houve zangas, houve um baile de finalistas, houve uma passagem de ano juntos, houve até um encontro oficial mas nunca houve um beijo na boca. Com o passar do tempo comecei a ficar cansada de não saber, cansada de não avançar, completamente apaixonada e com toda a parvoíce que isso traz muitas vezes mal dormia e mal comia por causa de algo que se passava connosco. Passava os meus dias a pensar no que dizer, a treinar conversas, passava o dia na esperança que fosse um dia diferente. Quando me convidou para o encontro pensei que seria o sinal porque esperava e foi um bom encontro mas não passou disso, eu percebia que ele estava a tentar mas que lhe custava muito dar o passo em frente. Completamente desesperada (e sim o termo é mesmo esse) decidi que chegava que eu não conseguia mais esperar. Fui ter com ele sem rodeios e disse-lhe que precisava de saber se ele gostava de mim, respondeu-me "não sei". Foi a pior resposta que me podia ter dado eu ia preparada para um não agora um não sei, pedi-lhe que não deixasse-mos de falar e disse-me que não íamos deixar. Nessa noite não dormi, cada vez que alguém dizia não sei eu arrepiava e estava completamente confusa sem mínima noção do que fazer. No dia seguinte enviei-lhe uma mensagem que não me respondeu, não desesperei pensei que precisa-se de tempo. Umas semanas depois encontrei-o na net e falei com ele normalmente ele respondeu-me friamente e foi-se logo embora, nesse dia chorei muito percebi que o tinha perdido. Quando nos vimos a primeira vez depois disso ele "desapareceu" no minuto que cheguei e cumprimentei as pessoas. Nunca mais falamos. Uns meses depois cheguei a mandar-lhe uma mensagem que ainda hoje me lembro perfeitamente o que dizia, no dia seguinte tivemos no mesmo café e durante uns minutos vi no rosto dele a vontade de vir falar comigo mas não o fez. Desde então o grupo de amigos dissolveu-se, desde então já quase caiu em cima de mim mas eu fugi antes que ele tivesse oportunidade de pedir desculpa, desde então já tivemos sentados lado a lado a rir das mesmas piadas mas sem nos falarmos, desde então algumas pessoas me disseram que ele não quer ouvir o meu nome, desde então eu avancei com a minha vida encontrei alguém que gosto muito e que também gosta de mim. O T. foi o meu primeiro verdadeiro amor e foi muito difícil ultrapassar um fim que não foi concluído, nunca soube se ele gostou de mim e se gostou porque nunca fez nada e se não gostava porque não me disse. Já passaram mais de 4 anos desde que deixamos de falar, não posso dizer que ele me seja indiferente até porque uma parte de mim vai sempre gostar dele, afinal ele foi o meu primeiro amor.

5 comentários:

  1. O pior de tudo é mesmo a indecisão e a incerteza, não é?
    É normal que não te esqueças do teu primeiro amor e acredito que seja ainda mais marcante por estar tão carregado de incertezas. Mas acho que aprendemos muito com as relações que vamos tendo (e mesmo essas "não-relações") que nos ajudam a crescer e nos ajudam muito nas relações que temos depois.

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    1. É mesmo horrível. O pior disto tudo é que me sinto muito parva porque sabia perfeitamente o rapaz estúpido que ele era e mesmo assim apaixonei-me, vai se lá perceber estas coisas do coração.

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    2. Pois, mas não mandamos no coração :)

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  2. Acho que o pior mesmo são as perguntas que ficam sem resposta. Isso pode matar-nos aos poucos. Passamos noites e noites e noites em claro na esperança de conseguir obter respostas que no fundo só ele/s nos poderia/m dar

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    1. É verdade que houveram muitas perguntas que andaram na minha cabeça durante anos a espera de resposta mas acho que as respostas me iriam confundir ou desiludir ainda mais.

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