quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Avós criados trabalhos dobrados

Uma das coisas que me preocupa atualmente são os meus avós maternos. A minha avó foi educada para ser aquele tipo de mulher que faz o que o homem diz e não tem opinião. O meu avô já tem mais de 80 anos e apesar de estar muito bem para a idade dele só faz disparates. Compra toda a porcaria que aparece na televisão e até aqui não me chateia muito porque o dinheiro é dele, ele faz com ele o que bem entender. Ás vezes queixa-se que aquilo não funciona ou não faz nada mas é uma coisa simples de resolver manda-se para o lixo e por norma se ele não gosta não compra mais. Agora com a volta das vendas porta a porta é que tem preocupado bastante. O meu avô compra tudo, mesmo tudo e se quando são coisas materiais nós (eu e o meus pais) não nos preocupamos muito, já quando se trata de serviços é uma confusão do caraças. Os meus avós vivem em Lisboa e devem ter o perfil ideal para qualquer vendedor. Vejam bem que homem gosta tanto de comprar que já tinha dois contratos de luz e gás e um deles nem se lembra de o ter assinado. Isto é uma confusão, nós estamos longe e apesar da minha mãe lá ir todas as semanas não conseguimos "fiscalizar" tudo o que ele faz. Agora digam o que devemos fazer? Já lhe disse para não abrir a porta a desconhecidos, já lhe disse para não assinar nada mas ele não liga. Já pensamos em lá por uma pessoa mas a fazer o quê? Como é que explicamos que estamos a por uma pessoa só para garantir que eles não fazem disparates é que mesmo que sugeríssemos alguém para fazer a lida da casa iriam ficar ofendidos. Não querem vir para cá morar, aliás cada vez vêm cá menos vezes. O resto da família não quer saber. A minha mãe não pode lá estar 24h por dia e eu que sou a que neste momento tem mais tempo disponível tenho a minha vida cá. Vou lá com mais frequência mas se aquilo que digo ao meu avô entra a 100 e sai a 200 só faz com que me enerve porque ele não quer ouvir, não faz o que a gente diz, a minha avó está ali de corpo presente e depois eu é que tenho que resolver os problemas. Digam-me o que é que eu faço?

2 comentários:

  1. Sinceramente detesto isso. A sério. Quando tive que andar à experiência para esse tipo de trabalho sempre me vi como alguém que ia para enganar as pessoas, principalmente os mais velhos. Eles incitam para que não digas tudo, tens que omitir muita coisa mas sem se tornar ilegal (bela forma de trabalhar, a ética nestas empresas é fascinante, não é?) e depois tens que inventar um discurso - o PITCH - para agarrar o cliente. Tipo "vimos cá para retirar a taxa X" nem que essa taxa já não esteja presente em qualquer novo contrato (porque legalmente foram proibidos de a taxar). Não pode ser mentira mas se não for bem a verdade já não há problemas (eu suponho que a lei deve estar muito nem feita quanto a estes aspectos. Só que não.)

    E se isto já é um grande problema só por si, quando encontram alguém como o teu avô deve ser uma festa. Junta-se a fome à vontade de comer...Não sei até que ponto se lhes tentares fazer entender as coisas ele irá perceber mas o melhor mesmo era que eles aceitassem que fossem os filhos a tratar desse tipo de contratos.
    Por exemplo, eu ouvi muitos idosos a dizer "eu não sei nada disso, essas coisas são com os meus filhos" e assim livram-se destes vendedores agressivos e também de possíveis burlões.

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    1. Sim o meu avó para eles deve ser ouro sobre azul até devem dizer uns aos outros "olha vai ali aquela casa que ele compra". Já tentei isso, já lhe disse mesmo para não abrir a porta porque podem não ser vendedores, já lhe disse para não assinar nada mas ele não me liga. O que me assustou foi ele não se lembrar de ter assinado o contrato é que se ele começar a esquecer coisas tão importantes pode ser mais grave.

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