200 km

Hoje no estágio era preciso levar um senhor de carro (não perguntem porque que tínhamos que ser nós a leva-lo, que eu também não sei) a Abrantes. Achei que não fazia sentido ir o meu colega leva-lo e eu ficar ali sem produzir muito e sem poder ajudar as pessoas. Achei que o mais correcto era, já que alguém tinha que levar o senhor que fosse eu e assim o meu colega podia ficar a trabalhar em coisas importantes e ajudava as pessoas. Também achava que Abrantes era logo a seguir a Chamusca, descobri que não é. Lá fui eu com o senhor, depois de passarmos a Chamusca já era mundo desconhecido para mim e andamos, andamos e andamos e finalmente descobri onde acaba a N118, acaba no Tramagal quase ao pé de Abrantes. Abrantes fica numa serra e para lá se chegar tem que se subir muito e naquelas curvas horríveis super fechadas. O meu carro não tem direcção assistida e já sofre com a idade por isso foi difícil. Eu via os quilómetros a passar e o tempo a desaparecer. O senhor tinha tido que a viagem demorava 1h, eu demorei 1h e 45 minutos para a fazer mas chegamos ao destino são e salvos. A paisagem é bastante bonita tirei algumas fotos mas já não estou habituada a conduzir tanto. No caminho de volta comecei a ter dores na perna do acelerador e passado um tempo já não sentia o cu (parece-me importante uma pessoa sentir o cu), aos 150 quilometros a coisa começou-se a tornar um sacrilégio, já não tinha posição, só tinha calor e dores. Conduzi 197 quilómetros em 3 horas, parei 4 vezes, duas para tirar fotos, uma para deixar o senhor e outra para comprar água que já estava a desidratar. Fiquei extremamente cansada e cheia de dores já não estou habituada a conduzir tanto ainda por cima sem parar durante mais do que 5 minutos. Gostei muito da paisagem é verdade mas confesso que fiquei traumatizada com tanto quilometro que tive de fazer ainda por cima queimei o braço, fiquei com bronzeado de camionista e isso não é nada bonito.